"Esse comentário, porventura, terá a ver com os partidos da maioria que apoiam o Governo. Desde o primeiro Orçamento do Estado, passando por todos os programas de Estabilidade, o CDS tem sinalizado que os orçamentos não servem ao país e creio que o tempo está a dar-nos razão", disse Assunção Cristas à Lusa, falando a partir de Paris.
A líder centrista comentava, assim, a afirmação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que considerou no sábado que haverá "bom senso" entre os partidos na Assembleia da República para não criar uma crise política, numa altura em que a União Europeia vive um momento difícil.
Acerca do discurso de hoje do Presidente, na cerimónia militar das comemorações do 10 de Junho, nos Açores, no qual defendeu que Portugal prefere a "paciência dos acordos, mesmo se difíceis", à "volúpia das roturas ", Assunção Cristas disse não ter ainda ouvido, nem lido as palavras do chefe de Estado.
"O que posso dizer é que do lado do CDS a postura é sempre a mesma e em relação a todos os assuntos: oposição firme e construtiva", declarou, apontando a posição dos centristas em matérias como a natalidade e o interior do país, em que dão "sempre uma alternativa, uma possibilidade de trabalho em conjunto".
Nestas comemorações do Dia de Portugal, a presidente do CDS-PP decidiu juntar-se à comunidade portuguesa residente na capital francesa, na impossibilidade de chegar aos Açores, depois de regressar de Timor-Leste, onde participou numa conferência sobre igualdade de género.
"Aqui na região de Paris temos a segunda maior concentração de portugueses depois de Lisboa, portanto, para mim foi uma escolha muito natural, regressada de Dilí, e não tendo possibilidade de chegar às nossas comemorações nos Açores, poder estar aqui algum tempo com a comunidade portuguesa, que me acolheu de braços abertos, com quem tive umas boas conversas e comi umas boas sardinhas", descreveu.
Assunção Cristas participou hoje de manhã na missa no santuário de Nossa Senhora de Fátima de Paris e, à tarde, esteve no Festival da Sardinha e da Criança, em Champigny, e reunir-se-á com empresários na segunda-feira.
"Encontrei pessoas que estão aqui há tempos muito variados, desde gente que está há 50 anos, há 40 anos, até quem chegou no ano passado e só há uns meses, todos com uma nota em comum, uma grande saudade de Portugal, sempre a falar do nosso país, com muita vontade de regressar. Vi uma comunidade certamente bem integrada, mas a sentir-se muito portuguesa, o que é bom", acrescentou.
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