Para o presidente da Comissão dos Serviços Secretos da Câmara dos Representantes, natural de Tulare, na Califórnia, que falava à agência Lusa a propósito da deslocação do Presidente da República e do primeiro-ministro de Portugal aos Estados Unidos, no âmbito do 10 de Junho, esta é uma “grande oportunidade para fortalecer” a Aliança Atlântica.
“Acredito que o próximo passo deveria ser fortalecer nossa aliança militar estratégica, particularmente no Atlântico Norte”, declarou aquele que é considerado como uma figura muito próxima de Donald Trump.
Portugal e os Estados Unidos partilham um acordo bilateral de cooperação e defesa, revisto pela última vez em 1995, sendo Durão Barroso ministro dos Negócios Estrangeiros, que tem como pano de fundo a concessão de facilidades militares na base das Lajes, na ilha Terceira, no arquipélago dos Açores.
Devin Nunes é um acérrimo defensor da presença norte-americana nas Lajes, tendo já considerado que o “downsizing” daquela infraestrutura, através da retirada de efetivo militar, foi “pura e absoluta incompetência da administração anterior” liderada por Barack Obama.
Na sequência de movimentações por parte dos chineses, o congressista já deixou claro que a presença de entidades estrangeiras perto da base das Lajes é inaceitável, e vincou que a base açoriana “é um dos locais mais estratégicos no mundo”.
“Qualquer estrangeiro perto dessa base não é boa ideia. É um local estratégico e não precisamos de ter ninguém por perto”, disse o republicano em entrevista à Lusa, no âmbito de uma visita, em 2017, às instalações de defesa naval portuguesa.
O congressista referiu que “há 70 anos que as Lajes têm sido um local estratégico, não só para projetar as forças de segurança norte-americanas, mas também para proteger os Estados Unidos, e esse continua a ser o caso, e será sempre o caso, a não ser que as ilhas desapareçam por qualquer razão”.
Para Devin Nunes a celebração do Dia de Portugal nos Estados Unidos é o reconhecimento da importância da comunidade açoriana, que está “muito ansiosa” com a deslocação de Marcelo Rebelo de Sousa.
O republicano considera que este tipo de visitas "são sempre bem recebidas pela comunidade luso-americana.
Estima-se que existem 1,5 milhões de portugueses e descendentes, cerca de 80% de origem açoriana, nos Estados Unidos, concentrados na costa leste, nos estados de Massachusetts e Rhoad Island, bem como na Califórnia.
A emigração açoriana começou no século XIX por via da indústria da baleação com os norte-americanos a recrutarem açorianos nas ilhas devido à boa reputação que gozavam de serem excelentes marinheiros.
Um dos momentos mais marcantes da emigração açoriana para a América aconteceu na sequência do vulcão dos Capelinhos, na ilha do Faial, em 1957, o que conduziu os senadores John Kennedy e John Pastori a fazerem passar uma emenda no senado, que ficou conhecida pelo "Azorean Refugee Act" e permitiu a milhares de açorianos emigrarem para os Estados Unidos numa altura de grandes restrições na entrada no país.
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