Na segunda votação o candidato a chefe do executivo só precisava da maioria simples do parlamento e a abstenção do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) garantiu o sucesso da sua investidura. 314 dias depois das eleições de dezembro de 2015 que trouxeram um resultado inconclusivo, Mariano Rajoy sucede a si mesmo.
Com 349 dos 350 deputados presentes, 170 votaram a favor, 68 abstiveram-se e 111 votaram contra. A ausência de Pedro Sanchéz do PSOE, o deputado que faltou à sessão, deve-se ao facto deste ter abandonado o cargo para não ir contra a disciplina de voto do seu partido e sofrer penalizações. Como só o fez hoje não houve tempo para ser substituído no plenário.
Quinze deputados socialistas romperam a disciplina de voto do partido e votaram "não" à investidura de Rajoy. Apenas bastava 11 deputados do PSOE terem optado pela abstenção, como aconteceu, e por esse motivo, o líder do Partido Popular passou no processo de investidura.
O chefe do atual Governo de gestão teve o apoio dos deputados do Partido Popular (PP, direita), do Cidadãos (centro) e da Coligação Canárias (regional), tendo votado contra a coligação Unidos Podemos (extrema-esquerda) e todos os partidos regionais, nacionalistas e independentistas.
Na primeira votação, que decorreu este quinta-feira, em Rajoy que precisava da maioria absoluta do Congresso dos Deputados (parlamento), o líder do PP obteve 170 de votos a favor, do Partido Popular (PP, direita), do Cidadãos (centro) e da Coligação Canárias, tendo o resto da assembleia (180) votado contra.
“Os últimos quatro anos foram muito difíceis […] há ainda muitas tarefas para realizar […] vamos tentar encontrar acordos com todos” os partidos, disse Rajoy logo a seguir à votação no Congresso de Deputados.
Mariano Rajoy tem 61 anos, é presidente do Governo desde 2011, quando foi eleito depois de ganhar com uma maioria absoluta as eleições ao PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), e deverá tomar posse na tarde de domingo.
O líder do PP já tinha falhado uma primeira tentativa de investidura em setembro no parlamento, quando apenas contou com o apoio do Cidadãos e da deputada da Coligação Canária, tanto na primeira como na segunda votação e a oposição de todos os outros partidos.
Ao mesmo tempo da votação, na Praça do Sol, em Madrid, milhares de pessoas juntaram-se contra a escolha de Rajoy como líder do governo pelo Congresso dos Deputados, o correspondente ao parlamento português.
Mariano Rajoy, vai anunciar na próxima quinta-feira a composição do novo executivo, que deverá tomar posse na sexta-feira numa cerimónia presidida pelo rei Felipe VI.
O anúncio foi feito pelo próprio Rajoy nos corredores do Congresso dos Deputados (parlamento), depois de ter sido reconduzido à frente do executivo pela assembleia.
No entanto, o presidente do Governo não esclareceu quando é que ele próprio irá fazer o juramento para exercer o cargo perante Felipe VI que regressa domingo da Cimeira Ibero-americana que está a decorrer na Colômbia.
A presidente do Congresso dos Deputados deverá ir domingo à residência oficial do rei de Espanha, Palácio da Zarzuela, para notificar Felipe VI da investidura de Mariano Rajoy e assinar o decreto que torna efetiva essa decisão.
O PP foi o partido mais votado, mas sem conseguir a maioria absoluta, tanto nas eleições que se realizaram a 20 de dezembro de 2015 como nas eleições de 26 de junho em que aumentou a percentagem de votantes e o número de deputados.
O PP teve em junho 33,0% dos votos e 137 deputados, seguido pelo PSOE com 22,7% e 85 deputados, Unidos Podemos com 21,1% e 71 deputados e Cidadãos com 13,0% e 32 deputados.
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