"No trigésimo nono aniversário da tragédia ocorrida em Camarate, em que faleceram o primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, o ministro da Defesa Nacional, Adelino Amaro da Costa, bem como as suas mulheres, Snu Abecassis e Maria Manuel Simões Vaz da Silva Pires, além do doutor António Patrício Gouveia e dos dois pilotos da aeronave, apresento às famílias enlutadas as minhas mais sentidas condolências", escreveu Marcelo Rebelo de Sousa, numa mensagem hoje divulgada.
Na mesma nota, publicada no portal da Presidência da República na Internet, o chefe de Estado acrescentou que lembra este acontecimento e as suas vítimas "na convicção de que a verdade não prescreve e de que a passagem do tempo não apaga a memória luminosa dos que perderam a vida em 4 de dezembro de 1980".
"Em nome de Portugal, evoco, neste dia, Francisco Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa, dois portugueses de exceção, cidadãos e homens públicos que lutaram pelo seu país, com sacrifício da própria vida. Tendo decorrido quase quatro décadas sobre o seu desaparecimento, nunca esqueceremos o seu exemplo, um exemplo de dedicação a Portugal e aos valores da liberdade, da democracia e da justiça social", elogiou.
Em dezembro do ano passado, Marcelo Rebelo de Sousa descreveu Francisco Sá Carneiro como "o contrário de um líder populista" e considerou que, se não tivesse morrido tão cedo, "teria provavelmente a chance de ser Presidente da República."
O Presidente da República fez essas considerações num encontro com alunos do ensino secundário e os atores Pedro Almendra e Inês Castel-Branco, que protagonizam o filme "Snu", sobre a história de amor entre o fundador do PSD e antigo primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro e Snu Abecassis, realizado por Patrícia Serqueira.
Durante esta iniciativa, organizada pelo Instituto Francisco Sá Carneiro, no Palácio de Belém, em Lisboa, o chefe de Estado questionou "o que seria Portugal se não tem havido Camarate", acrescentando: "Ninguém sabe, mas há coisas que parecem óbvias".
Quanto ao papel de Francisco Sá Carneiro na vida do país, defendeu que "parece muito difícil que ele não chegasse a primeiro-ministro" novamente, porque "teria tempo, era muito jovem" ainda, "e provavelmente, mais tarde, se o quisesse, Presidente da República".
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