“Durante a pandemia a situação piorou, principalmente por causa do confinamento. O número de horas em frente aos ecrãs aumentou significativamente, agravando doenças como olho seco, astenopia, olhos vermelhos, dores de cabeça e, nos jovens, miopia“.

As palavras são de Manuel Monteiro, médico responsável pela Clínica Oftalmológica das Antas, localizada na cidade do Porto, e um dos participantes num inquérito realizado recentemente a mais de 50 especialistas da área da oftalmologia em Portugal e Espanha. Um das conclusões do referido inquérito foi a de que quase 80% dos pacientes destes especialistas poderão ter piorado a sua condição devido ao aumento do tempo em frente a ecrãs e também um maior descuido no agendamento de exames oftalmológicos de rotina.

Para além disso, a maioria (60%) dos especialistas inquiridos detetou que a miopia, que já era considerada uma condição cada vez mais frequente em crianças e jovens mesmo antes da pandemia da COVID-19, poderá também vir a aumentar em virtude do maior tempo passado por estes em casa e em frente a ecrãs.

No que diz respeito aos adultos, cerca de 60% dos especialistas que participaram no inquérito apontam o olho seco como o distúrbio mais comum devido aos hábitos ligados à pandemia. As razões para isso são o uso frequente de máscaras - que aumenta a secura dos olhos -, assim como o já referido tempo passado em frente a ecrãs ou a trabalhar muito intensamente com o computador, algo que reduz a frequência com que se pestaneja.

Como combater estes problemas? Bom, os especialistas recomendam que o local de trabalho esteja bem iluminado e com um nível adequado de humidade, uma vez que a secura do ambiente causada pelo aquecimento ou ar condicionado pode agravar os distúrbios oculares.

"Para descansar a visão e ajudar a hidratar os olhos adequadamente, recomendamos que pestaneje e faça pausas para descanso dos olhos com frequência, pelo menos a cada hora, por dois a três minutos. Além disso, mantenha uma boa posição na mesa e evite o reflexo da luz nos ecrãs”, recomenda também Manuel Monteiro.

Consultas seguras

Segundo o inquérito realizado aos especialistas ibéricos, o receio de infeção pelo novo coronavírus é a principal causa que leva ao afastamento de pacientes das consultas oftalmológicas, o que pode acarretar riscos de problemas irreversíveis para a saúde ocular.

Para contrariar esses receios, a Clínica Oftalmológica das Antas tem vindo a seguir todas as normas decretadas pela Direção-Geral de Saúde no que diz respeito à realização de consultas, verificando ainda a temperatura dos pacientes à entrada e a desinfeção das mãos, para além, claro, do uso obrigatório de máscara.

“É mantida a distância entre os pacientes tanto na sala de espera quanto entre as consultas, desinfetamos as superfícies utilizadas e protegemos a equipa clínica com touca, máscara, bata e luvas. Toda a clínica é limpa diariamente, como se fosse uma sala de cirurgia”, refere ainda Manuel Monteiro.

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