“Não se percebe como é que um comboio Alfa Pendular vá bater numa dresina (máquina) que está a fazer a manutenção da linha onde o comboio vai passar. Isto é um exemplo da irresponsabilidade completa”, afirmou o especialista à agência Lusa.
O descarrilamento de um comboio Alfa Pendular, na linha do Norte, após colidir com uma máquina de trabalhos da Infraestruturas de Portugal (empresa criada em 2015, da fusão entre a Rede Ferroviária Nacional - Refer e a Estradas de Portugal), provocou hoje dois mortos, seis feridos graves e 19 feridos ligeiros, segundo o último balanço feito pelo comandante distrital de operações de Coimbra, Carlos Luís Tavares.
No entender de Luís Cabral da Silva existem “várias questões técnicas que falharam e que motivaram este acidente.
“Em rigor, o comboio não deveria lá chegar por causa do controle de velocidade. Pelos vistos chegou e bateu. Não se programa a viagem de um comboio pendular por uma linha que tem lá trabalhos de manutenção. Isto não entra na cabeça de ninguém”, criticou.
O especialista questionou ainda o facto de o sinal da linha não estar fechado e de não ter existido “qualquer comunicação” sobre a presença da máquina no local.
“Quem é que a mandou para lá? Acho que isto não se deve fazer durante o dia. Tudo isto aponta para uma grande incompetência criminosa da Infraestruturas de Portugal”, sublinhou.
O Alfa Pendular, que transportava 212 passageiros, seguia no sentido Sul-Norte, tendo saído de Santa Apolónia, em Lisboa, às 14:00, e tinha como destino final Braga.
O acidente ocorreu, pelas 15:30, perto da vila de Soure, mais concretamente junto à localidade de Matas, na região Centro.
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