Marcelo Rebelo de Sousa falou aos jornalistas à saída do Hospital de Santa Cruz, no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa, relatando que teve “uma quebra de tensão repentina, o chamado fenómeno vagal”, para o qual talvez tenha contribuído “beber um moscatel quente”.
Segundo explicou o presidente, que “não costuma almoçar”, mas toma algo em substituição da refeição, foi-lhe proposto um brinde com um moscatel que aceitou para depois do discurso.
Tomou a bebida quente e, combinada com o tempo quente, terá feito mal à digestão e começou a sentir-se mal logo após ter tomado.
"Acompanhei a senhora ministra ao encontro de uma manifestação que havia de investigadores. Ainda assisti a uma troca de impressões e depois, comecei a ter os mesmos sintomas que tinha tido em Braga, que é uma quebra de tensão, foi uma quebra de tensão repentina”, descreveu o presidente que afirmou que tentou aguentar até chegar ao interior do edifício.
“Afastei-me do grupo, estava muito quente, estava rodeado de muita gente, afastei-me e tentei fazer o que fiz em Braga, chegar ao edifício. Sentia-me a desmaiar e a tensão, a baixar, a baixar, a baixar e já não consegui chegar. Então, pedi algo para tomar, mas já não consegui, foi muito curto [o desmaio]. Comparado com o de Braga, que foi [um desmaio] muito mais longo. E, portanto, foi uma queda de tensão”, esclareceu o presidente sem deixar de elogiar os primeiros socorros prestados pelos bombeiros da Trafaria que o transportaram ao hospital.
“Quero agradecer a este hospital e ao serviço nacional de saúde, apesar de hoje estarem em greve e estarem com serviços mínimos. O ministro da Saúde também esteve cá”, lembrou Marcelo, fazendo também referência a todas as pessoas que lhe telefonaram, incluindo o primeiro-ministro e o líder do PSD.
“Foi o repetir de algo que eu já conhecia”, disse Marcelo fazendo referência ao problema cardíaco que teve em 2019 e foi tratado no mesmo hospital.
O chefe de Estado disse que não ficou no hospital durante a noite porque as análises “foram claramente positivas” e não deixaram dúvidas, acrescentando: “Sinto-me bem”.
O presidente reforçou ainda que espera que a situação não se repita “nos próximos cinco anos” e adiantou que os exames realizados não demonstraram motivos para alarme, sendo que amanhã haverá uma “nova avaliação”.
O presidente disse ainda que tinha uma agenda muito preenchida para hoje e para amanhã, mas por agora, ia para casa, "descansar", levando consigo um aparelho para registar a evolução da sua tensão arterial até quinta-feira e que lhe foi recomendado que beba mais água.
*com Lusa
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