“O acordo político entre o presidente Ghani e o doutor Abdullah acaba de ser assinado. O Dr. Abdullah vai liderar a comissão nacional de reconciliação e os membros da sua equipa serão incluídos no gabinete”, afirmou o porta-voz do presidente afegão, Sediq Sediqqi, na rede social Twitter.
O entendimento, cujos detalhes vão ser conhecidos ao longo do dia, surge depois de vários meses de instabilidade política no país e depois de Ghani ter proposto a Abdullah para liderar as negociações de paz com os talibãs, para colocar um ponto final em duas décadas de guerra.
Abdullah anunciou um governo paralelo ao do presidente, depois de rejeitar os resultados das controversas eleições presidenciais, marcadas por acusações de fraude e manipulação.
A crise política despertou o medo do fracasso do processo de paz no Afeganistão, depois do histórico acordo de 29 de fevereiro com os Estados Unidos e os talibãs, que contempla a retirada de tropas estrangeiras do país em 14 meses.
O início das conversas entre o Governo de Cabul e os insurgentes está sujeito à libertação de cerca de 5.000 prisioneiros talibãs e de 1.000 membros das forças afegãs em prisões dos talibãs, segundo o acordo o Doha.
O controverso processo de troca de prisioneiros começou no início de abril, mas tem-se arrastado devido a desentendimentos entre as duas partes, aumentados pela crise polícia no país.
Na segunda-feira, Cabul pediu aos insurgentes para esclarecerem o paradeiro de 610 prisioneiros das forças de segurança afegãs que não estão na lista de detidos e alertou que só vai libertar mais prisioneiros se os talibãs continuarem o processo.
A troca de prisioneiros continua a ser o principal obstáculo ao começo das conversações de paz diretas entre ambas as partes, um diálogo que não tem ainda data de início.
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