O Ministério Público imputou aos arguidos um total de 34 crimes de maus-tratos contra pelo menos 10 crianças e jovens, cometidos entre 2013 e 2015, numa acusação confirmada pelo Tribunal de Instrução Criminal do Porto.
De acordo com o processo, os arguidos terão insultado e aplicado castigos físicos (“sapatadas” e “puxões de orelhas”) a crianças e jovens aos cuidados da Aldeia SOS de Gulpilhares, para além de “os sujeitarem a tratamentos humilhantes”.
Em alguns casos, os arguidos terão agido por preconceito étnico e, pelo menos no caso de um jovem, devido às suas preferências sexuais.
Os crimes seriam cometidos por auxiliares, educadoras e as chamadas “mães sociais”. O ex-diretor não só conheceria essas práticas como também terá maltratado algumas das vítimas.
O lar, com “acordo de cooperação com a Segurança Social”, acolhe “crianças e jovens em situação de perigo e sem adequada retaguarda familiar”.
A advogada de defesa da Associação Aldeias SOS, Alexandra Mota Gomes, já demarcou a instituição dos alegados maus tratos.
“A provarem-se os maus-tratos, a Associação Aldeias SOS espera a absolvição, tendo em conta que sempre considerou inadmissível esse tipo de comportamentos e tudo faz para os combater”, afirmou a causídica.
O secretário-geral da Associação Aldeias de Crianças SOS, Luís Cardoso Meneses, disse, por sua vez, que as cinco pessoas visadas no processo foram dispensadas da instituição em 2015, quando a Direção das Aldeias SOS teve conhecimento do caso.
“Estamos tranquilos, confiamos na justiça e aguardamos a conclusão do processo que está em curso”, assinalou, por seu lado, o presidente do Conselho Diretivo das Aldeias SOS, Jorge Carvalho.
A Associação Aldeias SOS opera em Portugal há mais de 50 anos e já apoiou mais de 500 crianças.
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