O impacto das medidas regulatórias poderá provocar à Altice Portugal uma perda entre 30 a 40 milhões de euros em receitas em dois anos.

O valor foi adiantado por Alexandre Fonseca, CEO da Altice Portugal, num encontro com jornalistas, um dia depois da apresentação dos resultados do 4º trimestre de 2018.

A dona da Meo fechou os últimos três meses do ano com 526 milhões, um crescimento de 0,6% face ao trimestre homólogo. No entanto, a empresa estimava fechar este período com um aumento de 1,9% não fosse o impacto das medidas regulatórias no sector, nomeadamente a “redução dos preços dos cabos submarinos, mudanças no Wap Billing ou os preços das terminações fixas e móveis”, discriminou Alexandre Fonseca.

“O ano passado tivemos um impacto de 17 a 18 milhões de euros com medidas regulatórias não esperadas”, recordou. Em relação ao corrente ano, embora o valor não esteja ainda quantificado, a Altice já antecipou perdas de receitas na ordem dos 22 milhões. “Estamos a falar de 30 a 40 milhões de receitas em dois exercícios que não incorporamos devido à regulação”, reforça ao mesmo tempo que apela ao “bom senso” no que diz respeito à proposta da nova Lei das Comunicações Eletrónicas que a Anacom entregou no Parlamento.

“O regulador conseguiu a união do setor”, ironizou referindo-se ao facto de “pela primeira vez na história os quatro CEO das quatro operadoras reuniram com a tutela” manifestando “indignação” com o regulador que consideram como “uma ameaça” e uma “afronta ao setor”, sustenta.

“São 5 mil milhões de euros do nosso PIB que estão em causa”, num sector responsável por “60 mil posto de trabalho” o que se traduz num universo familiar que atinge “130 mil pessoas”, deixando claro que a política de investimento (que em 2018 cifrou-se em 430 milhões de euros, sendo 120 no último trimestre do ano) poderá ser passível de uma reavaliação em virtude das medidas tomadas pelo regulador.

Empresa quer 200 novos colaboradores para rejuvenescer

Críticas à parte, Alexandre Fonseca, CEO da Altice Portugal, regozijou-se com o quinto trimestre consecutivo de subida das receitas, um desempenho explicado com o crescimento da base de clientes, com adições líquidas de 90 mil clientes em 2018 e níveis de rentabilidade na casa dos 42%.

“Estamos novamente a ver crescer a nossa base de clientes e, por consequência, a ver crescer os nossos resultados. No último trimestre, mais de metade do que o mercado cresceu, no fixo e no móvel, veio para a Altice Portugal”, explicou, destacando que o crescimento teve lugar inclusive na voz fixa, área em que teve lugar uma adição líquida de 8,4 mil clientes no último trimestre.

Alexandre Fonseca aproveitou o encontro com os jornalistas para informar que depois de encerrado o programa de saída voluntárias (Programa Pessoa), que levou à saída de menos de mil colaboradores e com “passivo laboral” a ser assumido pela empresa, a Altice quer contratar cerca de 200 novos colaboradores.

"Nas próximas semanas estaremos em condições de incorporar 50 novos colaboradores. A expectativa é chegar aos 200 colaboradores, que vão integrar os quadros da Altice este ano", referiu.

O objetivo, explicou Alexandre Fonseca, é o "rejuvenescimento dos quadros" que será misturado com a experiência existente nos quadros da dona da Meo, elegendo a “estabilidade laboral” como uma das peças chave de atuação prioritária da empresa.

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