Depois de compilarem 271 estudos feitos desde 2012, os oceanólogos do departamento de Zoologia da universidade britânica concluíram que os oceanos são muito mais complexos do que se pensava antes e que há regiões que estão à beira do colapso ecológico.
Por exemplo, na baía de Bengala, o resultado de alterações climáticas e de descargas de fertilizantes agrícolas estão a acabar com o oxigénio na água, o que terá um impacto mundial e provoca perturbações nos ecossistemas dos quais as populações dependem para pescar.
O aumento de temperatura provocado pela atividade humana é um problema global que significa que o mar fica mais ácido porque absorve dióxido de carbono, além de levar ao aumento de bactérias responsáveis por doenças como a cólera, gastroenterite ou septicémia.
"As mudanças climáticas afetam todos os aspetos do oceano, incluindo temperatura, circulação e nutrientes", lê-se no relatório.
A coordenadora da Aliança do Alto Mar, Peggy Kalas, afirmou que "os impactos da atividade humana estão a sentir-se nos oceanos, não apenas em cada Zona Económica Exclusiva."
"Precisamos urgentemente de estruturas de governo para gerir o alto mar e aplicar o princípio de garantir a sustentabilidade da atividade humana", defendeu.
Na terça-feira, reuniu-se nas Nações Unidas um comité preparatório para tentar chegar a uma conferência entre governos de onde saia um novo tratado internacional para proteger os oceanos.
A conseguir-se, seria o primeiro tratado dedicado à proteção da vida marinha no mar alto, que cobre quase metade da superfície do planeta, sem jurisdições nacionais.
O impacto da quantidade cada vez maior de lixo plástico nos mares ainda está por avaliar completamente, mas não restam dúvidas aos cientistas de que é inevitável.
Ao fim de décadas, sentem-se também os impactos da extração de minerais, o que salienta a necessidade de se estudar antecipadamente onde se vai perfurar.
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