"De facto, eu espero que isto sejam apenas momentos em que as pessoas querem afirmar, legitimamente, as suas convicções, as suas determinações, mas não para lançarmos o partido numa barafunda total a quatro meses de eleições", disse hoje Álvaro Amaro aos jornalistas, na qualidade de militante do PSD.
O social-democrata, que é presidente da Câmara Municipal da Guarda e dos Autarcas Social Democratas, acrescentou que, isso seria "uma incoerência".
"Então, isso (posição de Montenegro) não é tempo de unir, é tempo de dividir. Isso é que é algo que pode prejudicar o PSD", afirmou.
Luís Montenegro justificou hoje a sua candidatura à liderança do PSD a meio do mandato de Rio com uma "grave e brutal" alteração de circunstâncias, defendendo ser necessário salvar o partido "do abismo" e prometendo "um tempo de esperança".
Numa declaração no Centro Cultural de Belém, o antigo líder parlamentar social-democrata recordou ter sempre defendido que "os mandatos devem ir até ao fim", acrescentando que mantém essa posição "em circunstâncias normais".
Após a declaração de Montenegro, Álvaro Amaro apelou ao PSD para que se una "à volta do líder legitimamente eleito", Rui Rio, e considerou que "há maneiras próprias" e "nos órgãos próprios" de os militantes poderem "discutir a melhor maneira de o partido ser mais forte para vencer as eleições".
"Não é guerrearmos de uma maneira perfeitamente artificial e fora do tempo. Esta é uma disputa fora do tempo", admitiu.
Álvaro Amaro lamentou ainda que se crie uma "onda de choque" para evitar que o líder legitimamente eleito em congresso vá a eleições.
O responsável diz que, "apesar das convicções de cada um, das aspirações legítimas de cada um, há um momento para isso" e este "é o momento para unir".
"Mas o momento para unir não é causar divisão, senão isto é uma grande incoerência. E é esse apelo que eu faço", rematou.
O social-democrata lembrou ainda que Rui Rio "foi escolhido há um ano como candidato a primeiro-ministro pelo PSD".
"Estou de acordo com o Dr. Montenegro, que o país precisa de outro primeiro-ministro, Rui Rio e um PSD forte. O Dr. Montenegro disse que este é o tempo de unir. Eu também estou de acordo. É o tempo de unir", assumiu.
No entanto, Álvaro Amaro questiona a posição de Luís Montenegro, que foi tomada "a pouco mais de quatro meses de eleições" para o Parlamento Europeu.
"Estranha-se que a quatro meses do primeiro ato eleitoral. A seguir se seguem na Madeira e as eleições legislativas, se diga agora que é o tempo de unir", observou.
O autarca social-democrata tem esperança que o PSD "possa reforçar-se e ouvir ideias de um lado e do outro" e que o atual líder "saia mais reforçado" desta situação.
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