“Estamos hoje muito preocupados com o tempo que está a levar a tomar uma decisão sobre esta questão”, afirmou Ponce Leão, sublinhando que a gestora de aeroportos “pediu há dois anos o início da discussão de uma solução”.
O mesmo responsável vincou que o contrato de concessão existente entre o Estado português e a ANA “fixou as condições em que as partes devem discutir” o reforço da capacidade do aeroporto da capital portuguesa: atingir 22 milhões de passageiros/ano, 185 mil movimentos/ano, 80 mil passageiros no trigésimo dia, e 585 movimentos/dia.
“Dois dos ‘triggers’ [condições] já foram atingidos este ano e todos estarão atingidos para o ano. Isto significa que o concedente e o concessionado têm que começar a discutir esta questão”, considerou.
E acrescentou: “Para o Verão do próximo ano, da totalidade de 'slots’ [vagas para voos] disponível, nesses sete meses vamos ter menos de dois ‘slots’ disponíveis por dia. O crescimento do próximo ano pode ser acomodado mas o crescimento de daqui a dois anos não pode ser acomodado. É impossível”.
O líder da ANA, vendida por mais de três mil milhões de euros ao grupo francês Vinci em 2012, no âmbito do programa de privatizações do anterior Governo e durante o resgate da ‘troika’, foi o orador numa palestra promovida pela SRS Advogados, em Lisboa.
“O que Aeroporto de Lisboa está a perder é a sua capacidade competitiva enquanto ‘hub’
”, lançou, apontando para a importância de assegurar o tempo mínimo de conexão entre duas ligações.
“Estamos neste momento à mercê da capacidade de outras aeroportos, que estão com uma oferta com uma qualidade que o Aeroporto Humberto Delgado neste momento não pode ter. Ainda mais grave porque se acentua nos momentos em que precisávamos de ter mais oferta”, assinalou.
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