“Quanto ao cargo de governador do Banco de Portugal, já tive oportunidade de dizer, quando chegar à altura própria para proceder à substituição do atual governador eu, ao contrário do que foi feito pelo meu antecessor, procederei à audição e à consulta de todos os partidos representados nesta Assembleia da República”, afirmou.
No debate quinzenal que decorre na Assembleia da República, em Lisboa, e numa resposta ao PAN, o primeiro-ministro assegurou que “a escolha do próximo governador será feita nos termos da lei”.
Na abertura do debate, o porta-voz do PAN, André Silva, começou por afirmar que “Mário Centeno tem sido unanimemente considerado um bom ministro das Finanças”, mas, “curiosamente, é o único membro do Governo que aparenta estar de saída”.
“Permita-me discordar, não há unanimidade na classificação do doutor Mário Centeno como um bom ministro das Finanças, há aqueles também que o consideram um muito bom ministro das Finanças e os que o consideram também um ótimo ministro das finanças”, respondeu Costa.
Na ótica do PAN, o atual ministro “não consegue assegurar a objetividade exigível ao exercício das funções do Governador de Portugal”, pelo que o partido questiona “como é que alguém consegue garantir independência e imparcialidade no exercício da autoavaliação?”.
“Mário Centeno terá de avaliar e decidir sobre o impacto de muitas decisões que ele próprio tomou enquanto ministro das Finanças. E é só isto que está em causa, não a ética da pessoa, mas sim a falta dela no salto direto do Ministério das Finanças para o Banco de Portugal”, concretizou o deputado, lembrando a proposta do PAN para que seja instituída a obrigatoriedade de “um intervalo de cinco anos para quem pretende sair do Governo ou da banca comercial para o Banco de Portugal”.
André Silva quis saber também se o primeiro-ministro “não vê nenhum conflito de interesses ou problema ético nestas eventuais nomeações”. Depois da resposta do chefe de Governo, o porta-voz do PAN fez questão de “registar que [Costa] não vê nenhum conflito de interesses, ou problemas éticos, na nomeação do doutor Mário Centeno para governador do Banco de Portugal”.
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