Os dados foram avançados por Tedros Adhanom Ghebreyesus numa mensagem de vídeo enviada aos peritos do Comité de Emergência da organização, que estão reunidos para analisar se a Mpox, anteriormente designada Monkeypox, deve continuar a ser considerada uma emergência de saúde pública internacional (PHEIC, na sigla em inglês), o nível mais alto de alerta decretado pela OMS.
A OMS começou a receber há cerca de um ano as primeiras notificações de casos de infeção em países dos continentes europeu e americano e, em julho de 2022, o diretor-geral declarou o surto como uma emergência de saúde pública internacional.
Segundo os últimos dados da Direção-Geral da Saúde, desde 3 de maio de 2022 até 28 de abril de 2023, foram confirmados 953 casos de infeção pelo vírus mpox em Portugal, sem novos casos reportados desde a informação mensal anterior.
“No total, mais de 87 mil casos e 140 mortes foram notificados à OMS de 111 países. Devido à mobilização global e à resposta rápida da maioria dos países, vemos agora progressos constantes no controlo deste surto”, salientou ainda Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Segundo disse, registou-se menos quase 90% de casos notificados nos últimos três meses, em comparação com o trimestre anterior, mas, apesar desta tendência de queda global, o “vírus continua a transmitir-se em certas comunidades e países”, como na região do Pacífico Ocidental.
Além disso, não há uma tendência clara para os casos registados em África, onde continuam a ser notificadas infeções em vários países, referiu o responsável da OMS, ao lamentar também que muitos países estejam agora a abrandar a vigilância e a reduzir o acesso a testes de despiste e a vacinas.
Segundo a DGS, os sintomas mais comuns da doença são febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, dor nas costas, cansaço, aumento dos gânglios linfáticos com o aparecimento progressivo de erupções que atingem a pele e as mucosas.
Uma pessoa que esteja doente deixa de estar infecciosa apenas após a cura completa e a queda de crostas das lesões dermatológicas, período que poderá, eventualmente, ultrapassar quatro semanas. A PHEIC é definida como “um evento extraordinário, grave, repentino, incomum ou inesperado”, com implicações para a saúde pública para além da fronteira nacional de um Estado afetado e que pode exigir uma ação internacional imediata.
Esta foi a sétima vez que a OMS declarou a emergência internacional (mecanismo iniciado em 2005), depois de o ter feito para a Gripe A em 2009, para o Ébola em 2014 e 2018, para a Poliomielite em 2014, para o vírus Zika em 2017 e para o coronavírus que provoca a COVID-19 em 2020, esta última levantada na última semana.
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