A sentença contra Mohamed bin Nasser al Ghamdi foi proferida em 10 de julho, depois de publicar, a partir de “uma conta desconhecida” na plataforma X (antigo Twitter), “críticas à corrupção” e “violações dos direitos humanos” que são levadas a cabo na Arábia Saudita, informou a organização não-governamental (ONG), em comunicado citado pela EFE.

O irmão, o conceituado ativista saudita Saeed bin Nasser al Ghamdi, exilado no Reino Unido desde 2018, defendeu, em 24 de agosto, na rede social X, que o tribunal especializado em casos de terrorismo que julgou o seu familiar não aceitou os relatórios médicos que indicavam que o condenado sofre de “doenças neurológicas crónicas”.

Também não levou em conta que o perfil a partir do qual foram feitas essas publicações era “desconhecido” e tinha “apenas nove seguidores”.

Perante esta situação, Saeed destacou que a sentença de morte contra o irmão, que qualificou de “falsa”, visa obrigar o ativista de 62 anos a regressar à Arábia Saudita, após as “tentativas falhadas” dos serviços de inteligência sauditas para o repatriar.

O dissidente foi vítima de uma forte campanha do Governo saudita contra os críticos, em 2017, que levou a uma onda de prisões contra defensores dos direitos humanos, e, em 2018, procurou asilo político no Reino Unido.

Desde então, Saeed bin Nasser al Ghamdi dirige a Sanad Rights Foundation, que documenta violações dos direitos humanos na monarquia saudita.

“A CGHR considera que isto representa uma escalada perigosa, depois das chocantes penas de prisão de décadas proferidas contra defensores dos direitos humanos. […] A Arábia Saudita foi transformada num estado policial repressivo por excelência”, afirmou a ONG no seu comunicado, em que recordou que dezenas de ativistas foram recentemente detidos pelas suas atividades na internet.

A organização também disse que “acredita firmemente que a pena de morte tem sido amplamente utilizada como uma ferramenta política pelas autoridades sauditas e tem como objetivo semear o medo no país e aterrorizar os cidadãos, especialmente os ativistas dos direitos humanos”.