Reunidos na Alfândega do Porto para a sexta edição do fórum anual da European Metropolitan Authorities (EMA), autarcas, líderes e representantes políticos das áreas metropolitanas de 21 países europeus comprometem-se, na Declaração Política do Porto, a trabalhar num conjunto de quatro áreas, com o objetivo de impulsionar áreas metropolitanas neutras para o clima.
Em declarações aos jornalistas, o presidente da Área Metropolitana do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues, explicou que o acordo de princípio hoje estabelecido incide nas áreas dos transportes públicos, coesão, habitação e o espaço público.
Assumindo o reforço dos transportes como um instrumento para a descarbonização, o autarca salientou que esta é uma área onde é fundamental o papel das áreas metropolitanas, impondo mudanças a vários níveis, como são exemplo a transformação da bilhética, o reforço das linhas de metro, ou a renovação do material circulantes, medidas já em implementação em cidades como o Porto e Lisboa.
Por outro lado, defendeu, há que trabalhar o reforço da coesão territorial, tendo em conta as diferentes realidades de cada área metropolitana.
“Não adianta ter políticas infraestruturais se as pessoas viverem pior no pós-pandemia”, afirmou, defendendo a necessidade de implementar um conjunto de políticas sociais e de proximidade que possam combater os fatores geradores de pobreza e exclusão social.
Para os países que assinaram este acordo de princípio, é ainda prioritário o investimento na habitação, garantindo respostas adequadas, nomeadamente ao nível ambiental.
Por fim, reunidos na cidade do Porto, estes responsáveis comprometem-se ainda, acrescentou Eduardo Vítor Rodrigues, a olhar para o espaço público, cuja utilização ganhou uma dimensão acrescida devido à pandemia de covid-19.
Salientando que mais que o aspeto formal, estes encontros pretendem prestar contas sobre os projetos em concurso, o líder da Área Metropolitana do Porto lembrou que estas estruturas concentram cerca de 70% da população europeia, representando mais de 65% do Produto Interno Bruto (PIB), defendo um papel mais ativo nos desafios que se avizinham.
“As autoridades metropolitanas europeias estão prontas para implementar projetos metropolitanos maduros, utilizado os fundos de Recuperação e Resiliência da União Europeia, em linha com a transição digital e energética, assegurando o envolvimento dos municípios, das regiões, das academias, bem como de ‘stakeholder’ sociais e económicos”, lê-se na declaração hoje assinada.
Chamadas a intervir num conjunto de áreas como a transição digital e ecológica, na recuperação económica e na coesão social, as áreas metropolitanas reclamam capacidade financeira para tomar medidas.
Numa intervenção na abertura na sexta edição do fórum anual da European Metropolitan Authorities (EMA), que decorre até sábado na Alfândega do Porto, o presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, tinha já defendido o papel vital dos municípios na mudança, salientando que os desafios que o mundo está a enfrentar exigem de todos a capacidade de trocar conhecimento e perspetivas.
A sexta edição do fórum anual da European Metropolitan Authorities (EMA), que decorre até sábado na Alfândega do Porto, reúne cerca de 120 participantes, mais de metade representantes das áreas metropolitanas europeias.
Organizada pela Área Metropolitana do Porto (AMP), em parceria com a Área Metropolitana de Barcelona, a iniciativa tem como foco a recuperação financeira metropolitana após a pandemia covid-19 e a transição para cidades mais sustentáveis e inteligentes, com um eixo especial dedicado ao transporte e à mobilidade.
A iniciativa pretende discutir os principais desafios da governação metropolitana, com o objetivo de definir as bases para a colaboração entre as metrópoles europeias e as suas relações com as instituições europeias e os governos nacionais.
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