O espetáculo realiza-se na Casa Independente, em Lisboa, com a curadoria do rapper Valete.
“Consagrado herói nacional pelo povo moçambicano e com repercussão internacional, Edson da Luz deixa um legado e reportório musical que desconstrói o período pós-colonial e o presente de descolonização, transversal a Portugal e a todos os países de expressão portuguesa”, lê-se na informação que promove o evento.
“Mano Azagaia”, como foi carinhosamente apelidado, ficou célebre pela crítica aberta à governação em Moçambique e por dar voz aos problemas da população, de tal forma que em 2008 chegou a ser questionado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
As rimas não passavam na rádio e televisão públicas e os deputados da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder desde a independência, apontavam-no como intérprete da oposição.
O rapper morreu em 09 de março, consternando milhares de fãs e sobretudo jovens que se reveem nas suas mensagens.
No dia seguinte à sua morte, centenas de pessoas, sobretudo jovens, juntaram-se em Maputo numa vigília.
Durante as cerimónias fúnebres do chamado ‘rapper’ do povo, que juntou milhares de pessoas na capital moçambicana, em 14 de março, o cortejo foi bloqueado por blindados e polícia fortemente armada num ponto do percurso que passaria em frente à residência oficial do Presidente da República.
Houve momentos de tensão e chegou a ser disparado gás lacrimogéneo para dispersar a multidão, que teve de recorrer a uma via alternativa.
Na sequência desta e outras iniciativas de homenagem a Azagaia, várias pessoas foram feridas, o que motivou críticas de organizações nacionais e internacionais à repressão policial de manifestações consideradas pacíficas.
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