“Infelizmente, mais três pessoas feridas durante o ataque russo a Poltava, a 03 de setembro, morreram no hospital. O número de mortos é agora de 58”, referiu o governador da região de Poltava, Filip Pronin, numa mensagem na rede social Telegram.
Na terça-feira, um ataque russo, com dois mísseis balísticos, destruiu parcialmente um centro de treino militar em Poltava, no leste da Ucrânia, e danificou um hospital próximo, provocando a morte de 58 pessoas (números oficiais até ao momento) e mais de 300 feridos.
O ataque gerou uma condenação generalizada, especialmente por parte de Washington, que denunciou “um novo lembrete horrível da brutalidade de (Presidente russo, Vladimir) Putin”.
A Rússia afirma que o ataque a Poltava, um dos mais mortíferos dos últimos meses, teve como alvo um “centro de treino” do exército ucraniano e que “destruiu” os seus “objetivos”.
Nas últimas semanas a Rússia intensificou os ataques a cidades ucranianas, com recurso a mísseis e drones, visando a infraestrutura energética em todo o país e provocando muitas vítimas mortais nas zonas residenciais.
Face a esta situação, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, apelou na sexta-feira aos países do ocidente o envio de mais armas de longo alcance e o fim das restrições da sua utilização para atacar o território russo.
“Precisamos de mais armas para repelir as forças russas do nosso país, especialmente na região de Donetsk”, no leste da Ucrânia, disse o líder ucraniano durante uma reunião com os representantes dos países que apoiam a Ucrânia, na base aérea norte-americana de Ramstein, no oeste da Alemanha.
O chefe de Estado ucraniano referiu ainda que a Ucrânia está a aumentar a sua própria produção de armas.
“Estamos a estabelecer instalações de produção de armas subterrâneas para que os soldados ucranianos possam defender-se, ainda que o fornecimento [de armas] dos nossos parceiros esteja atrasado”, justificou.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após a desagregação da antiga União Soviética – e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
Nas últimas semanas, as tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguiram o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.
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