Segundo o Diário de Notícias, só até agosto deste ano, a PSP já recebeu 3206 queixas sobre carros que foram assaltados e ficaram sem catalisador, enquanto em 2020 839 pessoas apresentaram queixa.
O catalisador é um dispositivo que filtra as emissões tóxicas do motor e as transforma em gases mais limpos - H2O, CO2 ou nitrogénio.
O motivo deste tipo de furto é, segundo a publicação, retirar os metais preciosos - platina, paládio e ródio - que fazem parte do catalisador, já que têm um elevado valor de mercado. De acordo com o DN, ontem, a platina estava cotada a 27,34 euros o grama, o paládio a 39,65 euros e o ródio já chegou a atingir os 50 euros o grama, com valor superior ao do ouro.
O elevado aumento destes assaltos durante este ano levou a Polícia de Segurança Pública a criar equipas especializadas para investigar este crime – as Equipas Regionais de Investigação à Criminalidade Automóvel (SRICA). Até setembro, estas equipas referenciaram 449 suspeitos de participarem nesta atividade – desde pessoas que retiraram os catalisadores, a quem recebe esses equipamentos, quem os revende e os que "dissimulam a proveniência dos lucros (branqueamento de capitais)". As SRICA recuperaram ainda cerca de mil catalisadores roubados.
A PSP reconhece que a atuação é cada vez mais ousada: “As técnicas utilizadas estão em constante evolução e são cada vez mais audaciosas, havendo registos de casos de tentativa de furto destes componentes em veículos estacionados em locais com assinalável passagem de pessoas e/ou em plena luz do dia".
De acordo com a PSP, este tipo de crimes tem ocorrido em todo o país, mas com particular incidência na Área Metropolitana de Lisboa. Quanto aos carros, a polícia adiantou também que os mais atingidos por este tipo de crime são "os registados entre 1998 e 2001".
A PSP afirma ainda estar preocupada também com o impacto destes crimes no ambiente e refere, citada pela publicação, que "os veículos não podem circular sem este componente [catalisador] e a recolha dos componentes realizada de forma ilegal e sem cumprir as normas de segurança ambiental é suscetível de causar perigo para o ambiente” – o que levou a PSP a intensificar a partilha da informação com a Agência Portuguesa do Ambiente.
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