Em comunicado, a associação informa que se fará representar apenas por um representante, que não será Vasco Lourenço, e elogia os “responsáveis políticos que dirigem Portugal” por terem encontrado uma solução para “evocar, com a dignidade exigida, o Dia da Liberdade”, com 130 pessoas devido à pandemia de covid-21.
É uma cerimónia “mais simples e restrita que o habitual, mas igualmente digna, nas instalações da casa da democracia, a Assembleia da República, com a participação de todos os órgãos de soberania”, lê-se num comunicado divulgado hoje.
Depois, a associação respondeu a quem criticou esta decisão que “está a ser alvo de uma desesperada tentativa de aproveitamento pelos inimigos do 25 de Abril, porque inimigos da liberdade e da democracia”.
Quem o faz, lê-se no texto, fá-lo de “forma oportunista e populista”, para atacar “o ato que os afastou do poder, porque derrubou a ditadura que os sustentava”.
“Infelizmente, este aproveitamento parece estar a conseguir criar uma divisão exacerbada dentro da sociedade, que se encontra preocupada e ansiosa com os tempos que se vivem, mas que tem demonstrado até hoje, um enorme e louvável civismo frente a esta terrível situação”, concluiu a associação que felicita o Presidente da República, presidente do parlamento e primeiro-ministro por se associarem a esta sessão solene.
Numa sessão em que se prevê estarem, ao contrário dos 700 no ano anterior, no máximo 130 pessoas, devido à necessidade de distanciamento social para responder à pandemia, a associação estará representada apenas por uma pessoa, um capitão de Abril, Luís Augusto Sequeira, presidente conselho fiscal.
Este ano, a associação cancelou as comemorações populares para assinalar os 46 anos do 25 de Abril, e pediu aos portugueses que, em casa, às 15:00, vão às janelas e às varandas cantar “Grândola Vila Morena”, uma das senhas do golpe e uma canção-símbolo da Revolução dos Cravos.
Portugal registava na segunda-feira 735 mortos associados à covid-19 em 20.863 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
O país cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o decreto presidencial que prolongou a medida até 02 de maio prevê a possibilidade de uma "abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais".
Em 25 de abril de 1974, um movimento de capitães derrubou a ditadura de 48 anos, de Marcelo Caetano, chefe do Governo, e Américo Tomás, Presidente da República, um golpe que se transformou numa revolução, a "revolução dos cravos".
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