As famílias em causa residem em seis prédios na localidade da Castanheira do Ribatejo, no distrito de Lisboa.
Em declarações à Lusa, o presidente da comissão de utentes da Castanheira do Ribatejo, Pedro Gago, que está a acompanhar a situação dos moradores, explicou que se trata de pessoas “com baixos rendimentos”, existindo casos de pessoas grávidas e com deficiência.
“Temos o caso de uma senhora que tem quatro filhos menores, um deles com deficiência. Além do risco de ser despejada, corre o risco que lhe retirem os filhos”, alertou Pedro Gago.
Segundo explicou o responsável da comissão de utentes da Castanheira do Ribatejo, as famílias foram confrontadas com cartas do novo senhorio a comunicar aumentos de rendas superiores a 100%.
“As pessoas estão desesperadas e nós estamos empenhados em tentar ajudar, nem que seja a encontrar uma alternativa habitacional”, apontou.
Um dos casos mais dramáticos, também exemplificado pelo presidente da comissão de utentes, é o de Carina Soares, que tem quatro filhos, um deles um bebé com trissomia 21.
“Inicialmente recebemos uma carta a comunicar a cessação do contrato. Mais tarde, fomos contactados com uma proposta de renda de 680 euros. O meu marido é o único a receber salário e as terapias do Kiko (bebé) são mais de 500 euros. Portanto, para nós é incomportável”, explicou.
Atualmente, Carina Soares, que já endereçou pedidos de ajuda à Segurança Social e à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, paga uma renda mensal de 300 euros.
O contrato de arrendamento desta moradora termina em janeiro do próximo ano.
“Acho que todos os moradores se devem juntar e protestar contra esta situação. O problema é que a maioria já perdeu a esperança e desistiu”, lamentou.
Contactada pela Lusa, a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira remeteu uma eventual resposta para mais tarde.
A Lusa contactou também o Instituto de Segurança Social, mas não obteve resposta.
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