No espaço de dois meses, houve dois casos de incêndios em viaturas dentro do Túnel do Marão, na Autoestrada 4, entre Amarante e Vila Real. Hoje foi um automóvel que ardeu, a 11 de junho foi um autocarro. Em ambos os casos não se verificaram vítimas.
“Temos que ter um sistema preparado para socorrer os sinistrados no Túnel do Marão e mais uma vez ficou provado que o sistema não está afinado. Felizmente não houve vítimas mas parece que é preciso que isso aconteça para que os simulacros sejam feitos como devem ser, para que os testes de segurança sejam afinados, para que o controlo de tráfego passe a ser feito a partir do Túnel do Marão”, afirmou o autarca socialista aos jornalistas.
Numa primeira fase após a abertura do túnel, em maio de 2016, o centro de controlo funcionou a partir da infraestrutura, tendo sido, depois, deslocalizado para Almada.
Para Rui Santos, os resultados “estão à vista”.
“Uma descoordenação total, camiões a fazerem marcha atrás em pleno túnel, carros a virarem-se e a seguirem a faixa em sentido contrário”, referiu.
O autarca quer saber, rapidamente, qual o resultado dos inquéritos “que supostamente foram feitos” quer pela Infraestruturas de Portugal (IP) quer pelo Governo, após o primeiro caso de incêndio.
“Queremos ver esses relatórios, queremos saber o resultado desses relatórios, não se brinca com a vida das pessoas, com esta situação no túnel”, sustentou.
Na sua opinião, era “importante perceber que foi feita uma análise exaustiva a tudo aquilo que correu bem e a tudo aquilo que correu menos bem, para poder ser corrigido”.
“Está na altura de alguém assumir a sua responsabilidade, de vir a público explicar-se sem demagogias, sem medo de perder a face porque o que aqui está em causa são vidas humanas, é a segurança das pessoas, é a economia da região, é a tranquilidade de todos aqueles que passam naquela infraestrutura e que têm que ter a certeza que ali passam em segurança”, afirmou.
E, segundo acrescentou, os “dois incêndios que ali ocorreram não foram bem tratados”.
Foram distribuídos equipamentos individuais de segurança aos bombeiros que atuam no Túnel do Marão, mas não em número suficiente para todos os operacionais mobilizados para o combate às chamas.
“Há operacionais a atuar sem condições de segurança, há veículos de desencarceramento que faltam, há sistemas, nomeadamente de pressão de água, que não foram ainda testados e há todo um sistema de coordenação que não é eficaz, como hoje se voltou a ver, porque o centro do controlo de tráfego não é localizado onde devia”, salientou Rui Santos.
O autarca destacou a importância da infraestrutura para Trás-os-Montes e Alto Douro, mas lamentou as questões de “insegurança” de que se tem falado nos últimos tempos.
Comentários