Luís Machado, dinamizador da criação da Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2, cuja escritura de constituição será assinada no sábado, em Santa Marta de Penaguião, realçou a importância do aproveitamento turístico da via “para criar riqueza e fixar as pessoas” nos 32 concelhos que atravessa.
O autarca, que falava na apresentação do projeto, na Casa Municipal da Cultura de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, disse que a nova associação pretende concretizar a geminação da EN2, que liga Chaves a Faro, numa distância de 737 quilómetros, com a Route 66, nos Estados Unidos, e a Ruta 40, na Argentina.
Importa, na sua opinião, que “sejam dadas ao projeto oportunidades que não existem” no programa de fundos comunitários Portugal 2020, já que “a forma como está desenhado não satisfaz” a sua candidatura aos apoios financeiros europeus.
O grupo de trabalho que, nos últimos dois anos, desenvolveu o processo para a constituição da Associação da Rota da Estrada Nacional 2 apelou à intervenção do Governo e do Turismo de Portugal com esse objetivo.
Frisando que a internacionalização “é o desafio maior” dos promotores deste “projeto socioeconómico”, que já assegurou a adesão de 26 dos 32 municípios atravessados pela EN2, Luís Machado disse que esta via começou a ser construída em finais do século XIX e atravessa território das atuais cinco comissões de coordenação e desenvolvimento regional (CCDR).
“Vamos ver se antes do próximo verão, em 2017, já temos oferta no mercado”, afirmou.
Em resposta a uma pergunta da agência Lusa sobre a articulação futura do projeto de valorização turística da EN2 com as entidades regionais de turismo, o autarca de Santa Marta de Penaguião, onde funcionará a sede da associação, numa antiga casa de cantoneiros, disse que estes organismos públicos se disponibilizaram para “trabalhar e serem parceiros” da iniciativa.
A associação vai celebrar um protocolo de colaboração com a Infraestruturas de Portugal e também pretende que as CCDR, entre si, “uniformizem os critérios” de acesso do empreendimento aos apoios comunitários.
“O projeto não tem encargos financeiros e não haverá recursos humanos afetos à associação”, esclareceu Luís Machado.
A emissão de um “passaporte municipal”, para ser carimbado em cada um dos concelhos visitados, a par de um “passaporte presidencial”, a utilizar quando os turistas forem recebidos pelos líderes de cada autarquia, é uma das medidas pensadas para integrar a EN2 na oferta turística nacional e internacional.
O presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, classificou como “projeto fabuloso” a EN2 e a sua valorização enquanto aposta para criar emprego e combater a desertificação do interior.
Intervieram ainda na sessão presidentes e vereadores de outros municípios envolvidos na iniciativa, de norte a sul do país, e cidadãos, como o economista Aires Henriques, promotor turístico e proprietário do Museu da República e da Maçonaria, nos Troviscais, concelho de Pedrógão Grande.
Comentários