Num comunicado enviado às redações, o Bloco avança que vai propor a realização de “uma inspeção conjunta entre Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), Câmara Municipal de Lisboa (CML) e Metro de Lisboa a toda a rede de metro com mais de 30 anos”, sublinhando que a derrocada “de uma galeria com cerca de 50 anos”, ocorrida na terça-feira, “pôs a nu a fragilidade da rede e as consequências trágicas que pode ter, por exemplo, em caso de evento sísmico”.
O BE, que tem um acordo de governação do concelho com o PS, considera que, “mesmo admitindo que o abatimento ocorrido possa estar exclusivamente ligado a um erro na execução da obra que decorria à superfície”, na Praça de Espanha, é “imperativo analisar a globalidade da estrutura do túnel afetado de forma a assegurar que as trepidações e movimentos a que a estrutura foi sujeita não comprometeram mais profundamente a segurança global da infraestrutura”.
O partido defende também que a ligação entre o Marquês de Pombal e as Laranjeiras através da Carris, para compensar a suspensão do transporte de metro nesse troço, “deve ser de imediato alimentada por mais autocarros”.
Os bloquistas querem ainda ter acesso “aos documentos do processo e projetos da empreitada da Praça de Espanha”, argumentando que “todas as obras com proximidade do metro carecem de parecer e fiscalização regular do Metropolitano e da empresa responsável, no caso a Sociedade de Reabilitação Urbana [SRU]”.
“A monitorização das condições dos túneis do Metro de Lisboa é feita regularmente pelo próprio Metro de Lisboa, mas é hoje necessário um levantamento geral, de forma a garantir a segurança dos lisboetas. Esta decisão custa dinheiro, mas a segurança de quem todos os dias utiliza o metro, assim como quem frequenta as escolas de Lisboa, tem de ser a nossa prioridade”, reforça o BE.
Hoje de manhã, em conferência de imprensa nos Paços do Concelho, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS), afirmou que o incidente no túnel do metro da Praça de Espanha decorreu de um “erro grosseiro” numa obra da autarquia, assegurando que os túneis do metropolitano “estão seguros”.
“Este problema que aconteceu decorre de uma obra da Câmara Municipal de Lisboa totalmente alheia ao metro, isto não é um problema que pré-existisse no túnel do metro, que houvesse uma fragilidade, que houvesse ali alguma dificuldade, não. Isto decorreu de um problema que é uma obra da câmara, onde ocorreu um erro grosseiro, em que ocorreu uma perfuração na vertical do túnel do metro que não devia ter acontecido”, declarou Medina.
Por seu turno, o presidente do Metro de Lisboa, Vitor Domingues dos Santos, disse que a circulação na linha Azul, interrompida devido à derrocada, será reposta “o mais tardar na sexta-feira de manhã”.
O desabamento de uma parte do túnel do metro na zona da Praça de Espanha ocorreu ao início da tarde de terça-feira e provocou quatro feridos ligeiros.
Na altura do acidente, cerca das 14:30, estavam cerca de 300 pessoas na composição que passava no local.
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