Referindo que, de acordo com a EMEL – Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento, o sistema de bicicletas públicas partilhadas da capital contava em abril “apenas com 92 estações das 140 previstas”, sendo que apenas 74 estavam operacionais, e 500 bicicletas em vez das 935 previstas, Manuel Grilo quer saber “qual o cronograma do novo concurso público internacional anunciado pela EMEL”.
A empresa municipal rescindiu em abril o contrato com a Órbita, fornecedora das bicicletas do sistema Gira, por incapacidade para prestar o serviço contratualizado, tendo o presidente da EMEL anunciado em 06 de maio que iria ser lançado na semana seguinte um novo concurso para a expansão da rede.
No entanto, fonte oficial da EMEL disse hoje à Lusa que esse concurso, que prevê um total máximo de 350 estações e 3.500 bicicletas, permitindo que o sistema de bicicletas venha a operar nas 24 freguesias lisboetas, ainda não foi lançado.
O vereador da Mobilidade na Câmara Municipal de Lisboa, Miguel Gaspar (PS), disse em março, em entrevista à Lusa, que esperava que a rede estivesse em todas as freguesias em 2020, ano em que Lisboa será Capital Verde Europeia.
No requerimento, o autarca do BE - partido que tem um acordo de governação do concelho com PS – questiona também a câmara, presidida por Fernando Medina, se “está ou não definido um plano de contingência que permita repor as condições mínimas do serviço previstas no contrato de concessão com a Órbita para o período de tempo até existir um novo fornecedor de bicicletas”.
O bloquista pergunta ainda se “estão previstas medidas compensatórias como, por exemplo, a extensão do passe anual para mais um ano, sem custos adicionais”, dada “a falta de disponibilidade de bicicletas reivindicada pela população que já pagou o passe anual”.
O requerimento nota que “o número de bicicletas é inclusive mais baixo hoje do que há um ano”, acrescentando que “menos bicicletas significam mais trajetos feitos em veículos poluentes, portanto mais poluição”.
Em 16 de maio do ano passado, a rede Gira contava com 401 bicicletas, enquanto em 08 de maio deste ano tinha 342 veículos disponíveis, segundo o Bloco.
Já o número de estações operacionais aumentou, neste período, de 56 para 74, adianta o partido.
“A conquista da redução do preço-base, por via da concorrência, é, assim, passado pouco tempo de implementação de contrato, substituída pelo fracasso e quebra de confiança por parte de quem confiou num sistema público de mobilidade não poluente e que pagou passes anuais que, neste momento, não correspondem às necessidades de procura do serviço”, considera Manuel Grilo no requerimento.
A rede de bicicletas Gira tem sido alvo de sucessivos atrasos, o que tem motivado críticas de autarcas e utilizadores, que reclamam que o serviço não responde às suas necessidades.
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