Na sua conferência de imprensa diária, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, revelou que os dois líderes falaram sobre a central nuclear, motivo de preocupação para a comunidade internacional, já que Rússia e Ucrânia acusam-se mutuamente há semanas dos bombardeamentos contra essas instalações.
A porta-voz reiterou os pedidos dos Estados Unidos para que a Rússia cesse a sua ocupação da central nuclear e conceda, o mais rápido possível, acesso a especialistas da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), uma agência das Nações Unidas com sede em Viena.
“Uma central nuclear nunca deve ser uma zona de guerra ativa”, disse Jean-Pierre.
Segundo a porta-voz, Biden também compartilhou com Zelensky a sua admiração pelo povo ucraniano pela sua resistência à ocupação russa e felicitou-o pelo 31.º aniversário da independência do seu país, data assinalada na quarta-feira no meio de temores por mais ataques de Moscovo.
Coincidindo com essa comemoração, Biden anunciou um novo pacote de ajuda militar de 2,98 mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros) à Ucrânia, o maior auxílio até ao momento e que também foi abordado pelos dois líderes, detalhou Jean-Pierre.
Biden publicou uma fotografia na rede social Twitter de si mesmo sentado no Salão Oval e ao telefone com Zelensky.
“Falei com o Presidente Zelensky para felicitar a Ucrânia por assinalar o seu Dia da Independência. Sei que é um aniversário agridoce, mas deixei claro que os Estados Unidos continuarão a apoiar a Ucrânia e o seu povo enquanto lutam para defender a sua soberania”, indicou Biden na mensagem.
A Rússia iniciou a sua invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro e a guerra está atualmente paralisada com tropas dos dois países em combates isolados em partes do sul e leste do país.
Nesse contexto, os Estados Unidos acreditam que a Rússia está a preparar-se para realizar referendos de independência com o objetivo de consolidar o seu controlo sobre algumas áreas ocupadas no leste da Ucrânia e advertiu que não reconhecerá a legitimidade de tais consultas.
Moscovo distanciou-se desses referendos, alegando que são ações que estão a surgir por própria iniciativa nos territórios ocupados pelas suas tropas.
A ofensiva militar causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
Na guerra, que hoje entrou no seu 183.º dia, a ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.
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