“Vamos aos não-lugares das bermas dos passeios onde jazem, pobres e famintos, muitos desistentes da vida; (…) da desesperança, que tantas vezes geram mecanismos de culpabilização e depressivos sentimentos de inutilidade; (…) da pobreza fingida ou encapotada, onde se gastam tantas horas no dilema de escolher entre o vestir ou o comer, entre ter luz para iluminar e aquecer a casa ou o combustível para o transporte; (…) da indecência, onde é posta em causa a dignidade das pessoas enquanto pessoas”, escreveu o bispo Rui Valério na mensagem hoje publicada na página do Ordinariato Castrense na internet.
O prelado destacou também a ação dos militares e das forças de segurança nos “não-lugares”, nomeadamente “nas frentes, a lutar pela paz (…); nos desamparos das inclemências, a oferecer amparo e auxílio às populações; nas periferias sociais dos abandonados, onde mais ninguém se sente capaz de responder às emergências; nas Unidades, onde se promove a afirmação da soberania nacional; nas estradas, a velar pela salvaguarda da integridade da vida; enfim, nos navios, nas aeronaves, no mar, em terra, ou no ar”.
Para Rui Valério, as Forças Armadas e as Forças de Segurança, “com um desempenho nascido da força da humanidade inaugurada por Cristo, são promotoras da atualidade do mistério natalício: defendem a paz, onde há guerra; promovem segurança, resistindo à insegurança; incrementam a ordem, contrariando o caos; atuam a solidariedade, num mundo cada vez mais individualista; e, quando a indiferença se afigura cada vez mais pungente, continuam a servir a nação e os cidadãos”.
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