Esta iniciativa do papa Francisco, um “tempo de oração e penitência”, foi anunciado em setembro pelo Vaticano, cabendo a cada conferência episcopal decidir como seria realizada.
A iniciativa está já a decorrer em vários países, depois dos escândalos de pedofilia terem abalado a Igreja católica nos últimos anos, nos Estados Unidos, Canadá, Bélgica, Irlanda e Polónia. Na Austrália, a Igreja escolheu 11 de setembro, dia mundial da proteção da infância, para rezar pelas vítimas de abusos sexuais.
Em França, os 115 bispos presentes em Lourdes, local de peregrinação católica no sudoeste de França, aproveitaram a assembleia anual de outono para realizar esta iniciativa coletiva inédita, marcada por um jejum.
A Igreja católica francesa foi uma das atingidas pela revelação em cadeia de casos de pedofilia ou abusos sexuais cometidos por padres.
Na diocese de Lyon (sudeste), o caso do padre Bernard Preynat, suspeito de ter abusado de cerca de 70 jovens escoteiros, manchou a imagem do cardeal Philippe Barbarin, mesmo depois de o inquérito por não-denúncia que visava Barbarin ter sido fechado sem qualquer acusação.
Depois de Lyon, vários casos foram denunciados por todo o país, de Paris a Toulouse (sul) e passando por Clermont-Ferrand (centro).
A Igreja foi obrigada a reagir. A conferência dos bispos de França (CEF, sigla em francês) anunciou em abril uma série de medidas, incluindo uma caixa de correio para receber mensagens das vítimas. Uma centena de correios foi recebida em seis meses sobre abusos sexuais, muitas vezes anteriores a 1970.
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