A LBP apelou às corporações nacionais para deixarem de reportar à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) e aos respetivos Comandos Distritais de Operações de Socorro (CDOS) as ocorrências a que são chamados, mas a federação algarvia tinha resolvido a 22 de novembro não seguir esse apelo e hoje anunciou, num comunicado, que reiterou a decisão numa nova assembleia realizada na segunda-feira, em Albufeira.
A FBA, que congrega todas as Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários e Corpos de Bombeiros da Região do Algarve, decidiu “manter a decisão aprovada na reunião de 22 de novembro de não acolher o ponto 8 da ‘Moção Conjunta’ da Liga dos Bombeiros Portugueses”, pode ler-se no comunicado.
A federação precisou que, assim, “os bombeiros da região do Algarve, por razões de ordem operacional e de organização distrital, não vão suspender a informação operacional ao respetivo CDOS”.
A FBA repudiou, no entanto, o que qualificou como “as declarações ofensivas proferidas pelo senhor Ministro da Administração Interna [Eduardo Cabrita] no dia 9 de dezembro”, quando o governante convocou uma conferência de imprensa para criticar a atuação dos bombeiros e disse que a decisão da LBP de não comunicar ocorrências aos CDOS comprometia a coordenação de meios e podia pôr em causa a segurança das pessoas.
Esta visão foi rejeitada pelo presidente da Liga, Jaime Marta Soares, que insistiu na justiça das reivindicações da estrutura que dirige e criticou o Governo por aprovar uma legislação que não responde às principais reivindicações dos bombeiros, como uma direção autónoma independente e com orçamento próprio, que diminua os custos e aumente a eficácia, um comando autónomo e o cartão social do bombeiro.
A FBA reafirmou "a responsabilidade, a competência e a dádiva diária dos bombeiros portugueses na defesa de pessoas e bens”, acrescentou a estrutura algarvia sobre as decisões adotadas na assembleia de segunda-feira, manifestando “apoio inequívoco às reivindicações da LBP na defesa e dignificação da ação dos bombeiros" dentro do sistema de Proteção Civil e na organização da proteção e socorro em Portugal.
A FBA adotou também um ponto na assembleia de segunda-feira a “apelar ao diálogo entre o Ministério da Administração Interna e a Liga dos Bombeiros Portugueses” para, em benefício das populações, “melhorar o sistema e aumentar a eficiência na resposta às ocorrências”.
As corporações do Algarve também defendem “um estatuto de incentivo ao voluntariado efetivo” e um “financiamento adequado das entidades detentoras dos corpos de bombeiros”, assim como “uma carreira profissional única, uma direção com autonomia financeira e um comando próprio”.
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