Ao intervir num comício no centro de Santarém, Sebastião Bugalho começou por dizer que não iria falar “de maturidade ou de imaturidade”, mas sim de irresponsabilidade.

“É a irresponsabilidade de alguém que foi candidata à Assembleia da República em março, que sonhava ser candidata autárquica em abril e que é candidata ao Parlamento Europeu em maio”, frisou.

Apesar de não pretender “cair no plano nacional”, justificou que decidiu fazê-lo já que hoje aparecerem juntos na campanha a candidata europeia e o secretário-geral do PS.

Para Sebastião Bugalho, os portugueses “não esquecem a irresponsabilidade de quem vem criticar um plano de emergência para a saúde depois de deixar o SNS (Serviço Nacional de Saúde) com 1,7 milhões portugueses sem médicos de família”.

Esta é “a mesma irresponsabilidade de quem vem criticar soluções para o SNS quando deixou mais de nove mil doentes oncológicos acima dos tempos previstos para consulta e cirurgia, muitos deles à espera de cirurgias que lhes podiam ter salvo a vida”.

O cabeça de lista da AD frisou que, ao falar de irresponsabilidade, não está a fazer um ataque pessoal: “é um facto político, é um facto estatístico, é algo que Portugal não esquece, não esqueceu no dia 09 de março e não esquecerá no 10 de junho”.

Durante a intervenção, Sebastião Bugalho acusou também o PS de querer “criar uma realidade alternativa” nesta campanha por “não ter respostas para dar à realidade concreta dos portugueses”.

“Dizem, imaginem, que a AD tem um problema, que é contra os direitos das mulheres, uma lista que conta com a Vânia Neto, com a Lídia Neto ou com a Ana Gabriela Cabilhas como mandatária para a juventude”, afirmou.

O candidato às europeias realçou que foi Portugal o primeiro Estado-membro da União Europeia a ratificar a convenção de Istambul, “que permite proteger legalmente as mulheres da violência, da mutilação genital feminina e da perda dos seus direitos”.

“Sabem quem foi a deputada que trouxe a convenção de Istambul para Portugal? Foi uma deputada portuguesa que é candidata ao Parlamento Europeu na lista da AD”, disse, referindo-se a Carla Rodrigues, número 8 na lista.

“Se há alguém que não aceita lições sobre direitos das mulheres são aqueles que foram os primeiros a defender os direitos das mulheres na Europa”, disse, em resposta às críticas de que tem sido alvo nos últimos dias.

Sebastião Bugalho disse que hoje, depois de Setúbal, Almada, Tomar e de 380 km percorridos, chegou a Santarém “com uma campanha que não tem medo, mas que não faz campanha com o medo”.

“É isso que nos distingue. Uma campanha que não dá protagonismo aos extremismos, porque sabe que tem ideias que valem muito mais do que qualquer extremismo, à direita ou à esquerda”, sublinhou.

Segundo o candidato, a AD tem “ideias suficientemente boas” para não ter de se socorrer “da capa do extremismo”.

“Esta é uma diferença entre a nossa candidatura e as outras”, acrescentou.

De Santarém, Sebastião Bugalho seguiu para Torres Novas, terminando o terceiro dia de campanha com uma visita à feira medieval.