Antes desta polémica o ter levado ao parlamento com caráter de urgência, Manuel Caldeira Cabral foi o rosto do executivo - com o primeiro-ministro, António Costa - que anunciou a continuidade da Web Summit em Lisboa por mais 10 anos, um dos dossiês que liderou ao longo do mandato, marcado por uma agenda preenchida com visitas a empresas, de norte a sul do país, e participação em debates.
Desde as primeiras intervenções públicas, o governante assumiu que o investimento seria “a forte prioridade" e o papel das empresas "tem de ser o fator principal", pela sua capacidade "de assumir riscos que podem criar valor, criar emprego e aumentar a produtividade”.
Manuel Caldeira Cabral, antigo assessor de Manuel Pinho e Teixeira dos Santos, eleito deputado pelo círculo de Braga, assumiu em 26 de novembro de 2015, um super-ministério, que juntava o turismo, o comércio, as PME e a energia, atribuídos a quatro secretários de Estado.
No ano passado sofreu uma baixa, com João Vasconcelos a pedir a demissão da secretaria de Estado da Indústria, um dia antes de o Ministério Público o ter constituído arguido, no inquérito relativo às viagens da Galp para assistir a jogos do Euro2016.
Escolheu então Ana Teresa Lehmann para o substituir, herdando assim o dossiê da cimeira de tecnologia e empreendedorismo Web Summit.
Paulo Alexandre Ferreira, com o comércio, Jorge Seguro Sanches, com a Energia, e Ana Mendes Godinho, com o Turismo, compunham a equipa do Ministério, que com a remodelação hoje anunciada perde a Energia, que transita para o Ministério do Ambiente, à semelhança do que acontecia no anterior executivo.
Nascido em 28 de abril de 1968, Caldeira Cabral, professor universitário no departamento de Economia da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, foi um dos economistas que preparou o cenário macroeconómico de António Costa.
Nos bastidores da política, foi também assessor do ex-ministro da Economia do PS Manuel Pinho, em 2009, e do antigo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, em 2011.
É licenciado em Economia pela Universidade de Lisboa e tem doutoramento pela Universidade de Nottingham com a tese intitulada 'Factor Content of Vertical and Horizontal Intra-industry Trade'.
Entre 1988 e 1991, Caldeira Cabral trabalhou como jornalista no Semanário Económico e no Diário Económico. Posteriormente, foi assessor na Associação Portuguesa de Seguradores (APS).
O primeiro-ministro fez hoje a maior remodelação no Governo, envolvendo quatro ministérios, com a substituição, na Defesa, de Azeredo Lopes por João Gomes Cravinho, e na Economia, de Manuel Caldeira Cabral por Pedro Siza Vieira.
O primeiro-ministro propôs ainda as mudanças do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, substituído por Marta Temido, e do ministro da Cultura, pasta em que Graça Fonseca sucede a Luís Filipe Castro Mendes - nomeações já aceites pelo Presidente da República.
Com as mudanças agora operadas, o número de ministros desce de 17 para 16, já que Pedro Siza Vieira passa a ser ministro Adjunto e da Economia.
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