A notícia, avançada pelo Expresso, dá conta de uma mensagem com três pontos dirigida aos munícipes, em que a Câmara Municipal liderada pelo socialista António José de Brito, informou sobre o "rigoroso confinamento da comunidade" cigana que reside na zona do Rossio do Santo, na vila de Castro Verde, devido a 17 casos positivos. A publicação, entretanto apagada, pode ser pode ser vista aqui

Instado a comentar pelo semanário se a atitude deliberada não era discriminatória perante aquela comunidade, o autarca rejeitou "completamente essa ideia". Porém, quando confrontado pelo jornal se o anúncio não era redundante uma vez que há dever de recolhimento por causa do estado de emergência em vigor e os infetados já têm ordem para permanecer em casa, afirmou que "de algum modo é capaz de ser".

Na publicação em causa, a Câmara frisava que, para "garantir o rigoroso confinamento da comunidade", os Serviços de Ação Social iriam fornecer apoio às famílias visadas através do programa "Fique em Casa, Nós Vamos por Si", de modo a garantir a entrega de bens alimentares, medicações e outros produtos essenciais que eventualmente necessitem.

Ao Expresso, o autarca frisou que a situação estava a ser monitorizada "de muito perto", com preocupação, uma vez que a comunidade cigana de Castro Verde "tem alguma proximidade com a câmara". Todavia, não reconheceu que estivesse a decorrer uma discriminação para com a etnia.

Esta ideia é suportada pelo facto de a Proteção Civil estar a tratar dos bens de primeira necessidade e a assegurar as compras das pessoas que não possam sair de casa, mas também por a GNR estar a fazer um trabalho de "vigilância nas ruas da vila e em todo o lado, aos ciganos e a outras pessoas", salientou António José Brito.

A situação levou a que surgissem comentários relativamente à discriminação de uma etnia, uma vez que a Câmara Municipal a tornou a pública, embora não tivesse uma atitude similar para com os 460 casos verificados nos últimos 14 dias. Uma das vozes que se insurgiram foram os responsáveis da página de Facebook Iniciativa Cigana.

Segundo os promotores da página, a autarquia, com a publicação, promoveu a "violação ao tratamento igualitário e de respeito pela condignidade da pessoa humana", pelo que se verifica um caso de "racismo institucional".

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