“Acho que o Adamastor [zona de Santa Catarina] é um caso extremo de desequilíbrio entre a qualidade de vida dos residentes e a fruição noturna”, defendeu Fernando Medina na reunião descentralizada destinada a ouvir os munícipes das freguesias da Misericórdia, Santa Maria Maior e Santo António.

Fernando Medina afirmou que “está mais difícil morar com qualidade e há mais insegurança, há mais expressão de violência, e há mais visibilidade, porventura mais agressividade também relativamente ao tráfico de droga, mais sujidade e um espaço público menos cuidado e menos amigo das pessoas”, reconhecendo que “os problemas nos últimos anos se têm agravado”.

Vários moradores queixaram-se da falta de segurança na zona e do aumento de traficantes, que têm protagonizado episódios de violência, embora a maioria note que, desde que foi colocado o gradeamento, a situação junto ao miradouro melhorou.

O autarca socialista acrescentou que as soluções passam por “maior presença da Polícia de Segurança Pública”, por “instalação de câmaras de videovigilância, em particular na zona do Bairro de Santa Catarina”, e “por uma atuação relativamente a núcleos já conhecidos” quanto “ao tráfico de droga, que têm de ser desativados”.

Além disso, Medina referiu que tem de haver uma requalificação do espaço público, “que está hoje muito degradado”, e defendeu a “limitação horária relativamente à vida noturna ou à utilização noturna na zona do Adamastor”.

A presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, Carla Madeira, adiantou que desde que o miradouro de Santa Catarina, mais conhecido como Adamastor, foi fechado, o espaço deixou de “acordar coberto de lixo e de pessoas drogadas ou embriagadas”.

Carla Madeira manifestou não ter total confiança de que a solução passe “pela colocação de um gradeamento que vede o espaço à noite”, mas disse estar disponível para “a testar”.

Por seu turno, a vereadora do PCP Ana Jara advogou que espera “que o urbanismo do século XXI em Lisboa não seja colocar vedações no espaço público”.

No mesmo sentido, o vereador do PSD João Pedro Costa disse que o partido é “contra uma cidade de muros”, exceto em “situações em que não há visibilidade para o interior do espaço”.

Na reunião descentralizada os munícipes abordaram também problemas relacionados com alojamento local, higiene urbana e estacionamento.