“Neste momento, está ainda a ser concebido em termos de fase de projeto e de definição do trabalho, mas acredito que até ao final do mandato teremos novidades”, afirmou o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), que tem o pelouro da Mobilidade, referindo-se à ideia de a linha do elétrico ser estendida até ao Parque Tejo.
Atualmente, o elétrico da Carris na frente ribeirinha faz a ligação entre a Praça da Figueira e Algés (Oeiras).
O autarca falava na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa, no período de perguntas à câmara, após ter sido questionado pelo deputado do PS Pedro Roque sobre as duas linhas em estudo do projeto LIOS - Linha Intermodal Sustentável, uma na zona ocidental de Lisboa, que ligará Alcântara a Oeiras, e outra na zona oriental, que fará um percurso entre Santa Apolónia e Sacavém (Loures).
Neste âmbito, o Metropolitano de Lisboa celebrou um protocolo de colaboração com as câmaras municipais de Lisboa, Oeiras e Loures e com a empresa Carris para o estudo, planeamento e concretização do projeto.
O vice-presidente da Câmara de Lisboa disse que há “grande empenho” no projeto LIOS, referindo que foi constituída uma equipa interdisciplinar com o Urbanismo, a Mobilidade, a Carris e com a Câmara de Oeiras para a concretização da linha na zona ocidental, que está a aguardar um estudo de viabilidade económica.
“A nossa expectativa é, depois, com esse estudo neste primeiro semestre, estarmos em condições de apresentar dados mais concretos sobre as opções que estão sobre a mesa”, apontou Anacoreta Correia, sublinhando que a articulação com Oeiras tem decorrido “bastante bem”.
Em relação à ligação até Loures, o autarca de Lisboa referiu que numa fase inicial houve uma avaliação de que aquele projeto não seria prioritário para o município vizinho, pelo que “não estariam ainda em condições de avançar muito mais”, adiantando que há agora “uma vontade de reavaliação e de avançar”.
Na parte ocidental da cidade de Lisboa, o vice-presidente da câmara reforçou que a empresa municipal Carris está a trabalhar num projeto para que a linha do elétrico seja estendida até ao Parque Tejo, ressalvando que tal “não põe em causa o interesse do LIOS Oriental”.
Questionado pela deputada do PEV sobre o pedido para que a Câmara de Lisboa volte a estar representada no conselho de administração do Metropolitano de Lisboa, Anacoreta Correia respondeu que “o Governo não deu seguimento a esse pedido” e adiantou que com a formação do novo Governo espera que a situação seja resolvida, porque “é da maior importância”.
“Consideramos mesmo que o Metro poderia ser uma empresa municipal e poderia ser conduzido pela câmara, uma vez que grande parte do transporte é na cidade de Lisboa e mesmo quando não é tem subjacente esse interesse”, defendeu o autarca do CDS-PP.
O vice-presidente da câmara manifestou “esperança” de que a mudança de Governo possa ser acompanhada de “boas notícias” nesta área, assim como em outras em que o Governo interrompeu uma tradição que havia de indicar um representante do município para instituições com impacto na cidade, como aconteceu na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
A deputada do PCP Natacha Amaro questionou o executivo sobre o regulamento da mobilidade suave do município, que se previa em vigor no início de 2023, tendo o vice-presidente da câmara destacado o acordo com cinco operadores de trotinetes e bicicletas partilhadas, para a criação de pontos de estacionamento obrigatório e a imposição de um limite de velocidade de 20 quilómetros por hora.
“Quando chegámos à câmara era um total caos”, referiu Anacoreta Correia, reconhecendo que este é um processo que carece de melhorias.
Em respostas aos deputados, o autarca adiantou que o relatório da auditoria às ciclovias na cidade e o plano de expansão da rede ciclável será apresentado em abril, sem adiantar mais informação.
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