Jessica Leeds, Samantha Holvey e Rachel Crooks, três mulheres que acusaram Donald Trump de conduta imprópria em 2016 renovaram, esta segunda-feira, as suas acusações e pedem agora ao Congresso norte-americano que investigue o Presidente norte-americano.
A Casa Branca rejeitou entretanto esta possibilidade, alegando que o povo americano já se manifestou sobre a questão.
As três mulheres acreditam que hoje, depois da onda de acusações de assédio sexual e violação que visaram personalidades das mais diferentes esferas, do entretenimento à política, os seus testemunhos serão levados mais a sério e terão consequências. Jessica Leeds, Samantha Holvey e Rachel Crooks partilharam num programa da NBC os momentos e circunstâncias em que Donald Trump teve comportamentos impróprios.
Crooks, que afirma que Trump a beijou na boca em 2005 na Trump Tower e exortou os legisladores a "deixar de lado as suas afiliações partidárias e a investigar a história de conduta sexual imprópria do Sr. Trump". "Quero acreditar que, como americanos, podemos deixar de lado as nossas inclinações políticas e admitir que algumas coisas, de facto, transcendem a política", disse em Nova Iorque, ao lado de Leeds e Holvey. Crooks disse esperar que Trump seja colocado "no mesmo nível" que "Weinstein [premiado produtor de cinema acusado de ter assediado várias mulheres ao longo da carreira em Hollywood] e outros homens que foram responsabilizados pelo seu comportamento repreensível".
Leeds afirma que Trump tocou-lhe num voo comercial, enquanto Holvey alega que o presidente se comportou de forma desapropriada quando participava no concurso de beleza Miss USA, aparecendo nos bastidores quando ela e outras mulheres estavam nuas.
A Casa Branca rapidamente rejeitou como "falsas" as declarações das três mulheres.
"Estas declarações falsas, totalmente questionadas na maioria dos casos por testemunhas oculares, foram tratadas extensivamente durante a campanha do ano passado, e o povo americano expressou sua opinião ao conceder (ao Presidente) uma vitória decisiva", disse um porta-voz da Casa Branca. "O momento e o absurdo dessas afirmações falsas dizem muito e a campanha publicitária que começou não faz mais nada do que confirmar os motivos políticos por trás disso", acrescentou.
Em clara divergência com a Casa Branca, Nikki Haley, embaixadora dos Estados Unidos junto às Nações Unidas, disse na véspera que qualquer mulher que alegue ser vítima de assédio sexual "dever ser ouvida".
Kirsten Gillibrand, senadora democrata por Nova Iorque, disse à CNN que Trump deveria "renunciar de imediato". "O presidente Trump cometeu abuso de acordo com estas mulheres. São acusações muito críveis. Acredito que deve renunciar de imediato. Se não o fizer, deverá haver uma investigação".
Os senadores democratas Cory Booker, por Nova Jersey, e Jeff Merkley, pelo Oregon, também pediram a renúncia de Trump.
O senador democrata Ron Wyden apoiou a realização de uma investigação no Congresso, o que parece pouco provável face ao controlo republicano na Câmara e no Senado. "Estas mulheres têm razão", escreveu em no Twitter. "Se @realDonaldTrump não renunciar, o Congresso deve investigar as várias denúncias, de muitas mulheres, de que as agrediu sexualmente e as assediou. Ninguém está acima da lei".
No total, 54 congressistas apoiaram o pedido das três mulheres para que se proceda a uma investigação.
Dezesseis mulheres apresentaram denúncias de conduta imprópria contra Trump.
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