"Em momento algum, durante o pouco tempo que passei com ele, testemunhei ou suspeitei de algum comportamento como os que levaram à sua prisão e condenação", afirmou o duque de Iorque, mediante um comunicado do Palácio de Buckingham.
O segundo filho da rainha Isabel II defendeu a sua amizade com Epstein e afirmou que queria "esclarecer os factos para evitar novas especulações".
Estas declarações vêm na senda de semanas de escrutínio mediático quanto à sua amizade com Jeffrey Epstein, magnata americano que se terá suicidado na sua cela no passado dia 10 de agosto enquanto aguardava julgamento por acusação de crimes sexuais.
"O seu suicídio deixa muitas questões sem resposta", declarou o príncipe Andrew, que expressou sua a "compaixão para com todos aqueles afetados pelas suas ações e a sua atitude".
Andrés explica que conheceu Jeffrey Epstein em 1999 e que depois o viu de "forma irregular e provavelmente não mais do que uma ou duas vezes por ano", indicando também que se viria a hospedar "em várias de suas residências".
O príncipe reafirmou também que "lamentava" ter visto de novo Epstein após a sua libertação dele 2010, após cumprir pena de prisão em 2008 por ter induzido jovens se prostituírem-se no estado da Flórida, nos EUA.
Epstein estava acusado de abuso sexual de dezenas de crianças no início dos anos 2000. De acordo com a procuradoria do distrito sul de Manhattan, Epstein criou, há mais de uma década, uma rede para abusar de dezenas de meninas na sua mansão de Nova Iorque, e numa outra situada na Florida.
O magnata já tinha enfrentado acusações similares na Florida, mas em 2008 alcançou um acordo extraoficial com a procuradoria para o fim da investigação, tendo cumprido 13 meses de prisão e alcançado um acordo económico com as vítimas.
O acordo foi supervisionado pelo então procurador de Miami, Alexander Acosta, que foi posteriormente nomeado secretário do Trabalho pelo Presidente dos EUA Donald Trump, e que foi forçado a renunciar do cargo devido às críticas emitidas na sequência da nova detenção de Epstein.
O julgamento de Epstein deveria começar entre junho e setembro de 2020. A procuradoria defendeu, no final do mês de julho, que o processo deveria iniciar-se rapidamente devido ao interesse do público pelo caso.
O empresário, cujo círculo de amizades contou em determinados períodos com o ex-presidente Bill Clinton, o presidente Donald Trump e o príncipe Andrew, solicitava com frequência "massagens" que, segundo as investigações, poderiam resultar em relações sexuais forçadas.
No passado dia 18, o jornal britânico Daily Mail publicou um vídeo que mostra o príncipe a cumprimentar uma mulher que deixava a mansão de Epstein em Nova Iorque em 2010.
Virginia Giuffre, uma das supostas vítimas, declarou em 2016 que teve relações sexuais com o príncipe quando ela era menor de idade.
Em resposta às acusações, um comunicado oficial do Palácio de Buckingham afirmou que "Sua Alteza Real deplora a exploração de qualquer ser humano e dar a entender que ele poderia tolerar, participar ou apoiar tais práticas é abominável".
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