O cidadão ucraniano Ihor Homeniuk terá sido vítima, em março de 2020, de violentas agressões por três inspetores do SEF, acusados de homicídio qualificado, com a alegada cumplicidade ou encobrimento de outros 12 inspetores.
Segundo a acusação, Ihor Homeniuk morreu por asfixia lenta, após agressões a pontapé e com bastão perpetrados pelos inspetores, que causaram ao passageiro a fratura de oito costelas. Além disso, tê-lo-ão deixado algemado com as mãos atrás das costas e de barriga para baixo, com dificuldade em respirar durante largo tempo, o que terá causado paragem cardiorespiratória.
Com o avançar do julgamento, foi concluído o processo de indemnização, chegando-se ao valor de mais de 800 mil euros para a família de Ihor Homeniuk. Na quarta-feira, numa sessão, o procurador Fernando Ferreira Lino referiu que "se o Estado português tiver de dar tanto dinheiro por uma indemnização vai à falência em pouco tempo", segundo o Diário de Notícias.
José Gaspar Schwalbach, representante da viúva de Ihor no processo, que conduziu o pedido de indemnização ao Estado português, mostrou ao jornal espanto com a declaração.
"O valor arbitrado não se encontra em causa nestes recursos. Mas não podemos concordar com o senhor procurador, já que esse valor foi arbitrado com base em critérios objetivos que já foram aplicados no caso dos incêndios de Pedrógão. Por outro lado, nunca poderá ser critério a solubilidade do Estado português, uma vez que não se pode colocar na mesma balança a justiça e a capacidade financeira", afirmou.
Na audiência foram ainda apresentados oralmente os recursos dos três inspetores do SEF condenados, assim como da família do cidadão ucraniano e do próprio Ministério Público.
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