O líder democrata-cristão falava à agência Lusa e à RTP, no final de uma reunião com a Confederação Empresarial de Portugal (CIP), que decorreu na sede daquele organismo, em Lisboa.

Questionado se não está afastada a hipótese de um apoio ao orçamento suplementar, o presidente do CDS respondeu que o sentido de voto do partido “depende dos termos em que esse orçamento retificativo for feito”.

“Se for ao encontro das preocupações e das propostas do CDS, nós colocaremos sempre o interesse nacional acima do jogo político-partidário”, adiantou.

Porém, Francisco Rodrigues dos Santos ressalvou que ainda não conhece o documento: “Nós neste momento não sabemos nada, no Plano de Estabilidade não é feita uma única projeção macroeconómica nem de finanças públicas, somos, de resto, o único país da União Europeia que não as apresentou”.

“Portanto, nós aguardamos pela reunião com o Governo para obtermos mais informações, para depois fazermos uma avaliação de largo escopo sobre o orçamento retificativo, que, de resto, é um documento estruturante na nossa política económica nacional” na sequência da pandemia de covid-19, acrescentou.

O partido tem “linhas vermelhas” e propostas, e aguarda “para saber qual é a recetividade que o Governo terá para as acolher”.

“Queremos uma inversão do paradigma, em que o Governo opta por um choque de tesouraria e uma injeção de liquidez nas empresas e que passe por medidas que, para nós, são cirúrgicas, o alargamento do ‘lay-off’ simplificado até ao final do ano, a eliminação dos pagamentos por conta, e uma duplicação das linhas de crédito às empresas, cuja percentagem terá que estar consignada a fundo perdido, para evitar mais endividamento”, enunciou Francisco Rodrigues dos Santos.

“E estaremos tão próximo do compromisso quanto a capacidade do Governo de subscrever estas sugestões do CDS, que já têm dois meses, e que agora encontram eco na bastonária da Ordem dos Contabilistas como no presidente da CCP” (Confederação do Comércio e Serviços de Portugal), apontou.

O presidente dos centristas salientou que esse “compromisso, para já, passará por uma tentativa para explicar ao Governo que estas medidas propostas pelo CDS são fundamentais para a retoma” da economia, “para manter as empresas vivas e para salvar postos de trabalho”, sendo que “depois, caberá ao Governo fazer a sua avaliação e se as incorporará neste orçamento retificativo”.

“Teremos de fazer a avaliação, depois, do documento final, que passará por muito mais do que estas medidas”, insistiu, observando que “o CDS desde o início que apresentou uma receita bastante diferente do Governo”.

“O CDS tem dito que não quer mais impostos, disse não às nacionalizações, quer uma promoção do investimento, sobretudo dos estrangeiro — porque a nossa economia compete com outras que neste momento estão a ser mais apoiadas do que a portuguesa — e entende que é fundamental neste quadro também flexibilizar os sistemas de regulação, que são um custo para as empresas e para os operadores económicos. Teremos de avaliar qual é o resultado final do documento que o Governo terá para apresentar”, salientou Rodrigues dos Santos.

Para o CDS, “é fundamental que o dinheiro dos portugueses seja utilizado para salvar empregos”. Por isso, de acordo com o presidente do CDS, o partido “chegou a um compromisso com a CIP, no sentido de fazer uma monitorização dos problemas que afetam os empresários e os trabalhadores”.

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