Em declarações à Lusa, o presidente da Associação Nacional dos Laboratórios Clínicos (ANL), Nuno Saraiva, disse que a “maioria das pessoas têm a ideia de que só as farmácias é que estão a fazer testes rápidos gratuitos” à covid-19, o que também é possível em laboratórios.
“Cremos que muita gente não tem essa consciência [de que os testes gratuitos também podem ser realizados em laboratórios] e agora, para esta semana do Natal, haverá muita gente para testar”, afirmou, sublinhando que tem havido “uma dificuldade na resposta” a quem se dirige às farmácias.
Os testes gratuitos para despiste da covid-19 podem ser realizados nos laboratórios clínicos ao abrigo do regime excecional e temporário de comparticipação de testes rápidos de antigénio de uso profissional, à semelhança do que é feito nas farmácias.
A lista de farmácias e laboratórios onde se realizam testes comparticipados pode ser consultada no sítio de Internet da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) em https://www.infarmed.pt/web/infarmed/testes-covid-19.
Segundo Nuno Saraiva, a ANL tem demonstrado “total disponibilidade para ajudar no esforço coletivo de combate à pandemia”, sendo que os seus 68 associados incluem “a grande maioria dos laboratórios” em Portugal, nomeadamente, os grandes grupos.
Numa altura em que se estima que aumente o número de pedidos de testagem, devido ao Natal, aquele responsável reforça que as instalações dos seus associados “cobrem a totalidade” do país, e que os mesmos “têm capacidade instalada, meios e recursos” para realizar testes rápidos à população.
O presidente da ANL salienta, contudo, que, “sem prejuízo da importância de realização de testes rápidos, estes não são idênticos aos testes PCR”, os mais recomendados para diagnóstico efetivo e fidedigno da covid-19″.
A ministra da Saúde, Marta Temido, revelou na sexta-feira que o Governo vai aumentar o número de testes covid-19 gratuitos por pessoa, que está agora fixado em quatro por mês e que a medida “poderá avançar” na próxima semana.
Na sequência do constante apelo à testagem, nomeadamente “antes de eventos sociais, em especial no Natal”, questionada pela Lusa sobre se o governo admite impor um travão aos preços dos autotestes, que têm disparado, Marta Temido não respondeu em concreto, mas disse que o Governo está a considerar o “alargamento do número de testes por indivíduo” — sem, no entanto, e apesar de várias perguntas dos jornalistas, indicar que número será esse.
“Poderá avançar já na semana que vem”, disse, fazendo depender a decisão do “contexto a observar” nessa altura.
O Governo mantém a “política de disponibilização de testes gratuitos em farmácias comunitárias”, frisou, apelando às pessoas para que façam “os testes a que já têm acesso”.
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