José Azevedo, professor associado do Grupo da Biodiversidade dos Açores, da universidade açoriana, e primeiro subscritor do documento, refere que a violação ocorreu em agosto num local abrangido pela Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies das Lajes do Pico.
Segundo o cientista, a intervenção “consistiu na remoção do coberto vegetal, na deposição e compactação de inertes e na construção e funcionamento durante três noites de uma tenda eletrónica para a realização de ‘raves’” durante as festas da Semana dos Baleeiros, tendo “todas estas ações sido aprovadas pelos órgãos próprios do município das Lajes do Pico e do Governo Regional dos Açores”.
Considerando que está em causa o “desrespeito por um diploma” aprovado pela Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, os subscritores manifestam o seu “profundo desacordo” com a intervenção realizada no local, defendendo-se que a área afetada “deve ser intervencionada para poder retornar ao seu estado natural”.
José Azevedo declara que se está perante um “atentado ambiental” e quer que o local - que integra também a Rede Natura 2000 - seja “devidamente restaurado”.
Os académicos e investigadores na área das ciências naturais referem, na carta enviada a Ana Luís, que “não é admissível que entidades responsáveis pela conservação da natureza nos Açores deem parecer positivo a intervenções que se traduzem na efetiva destruição de património natural classificado”.
E declaram: “Reafirmamos a importância de conservar os habitats naturais pelo seu valor intrínseco e pelo seu valor educacional e turístico. O Juncal das Lajes do Pico é um exemplo de um habitat ameaçado a nível europeu, conjugando valores geológicos e biológicos que o tornam único e merecedor de proteção regional e europeia”.
O documento foi enviado com conhecimento dos líderes das bancadas parlamentares da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, deputados da Comissão Permanente de Ambiente e Turismo, secretários e diretores do Governo Regional dos Açores com competências na área ambiental, bem como à Câmara Municipal das Lajes do Pico e à Assembleia Municipal das Lajes do Pico.
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