Investigadores do Instituto Walter e Eliza Hall e da Universidade de Melbourne, na Austrália, debruçaram-se sobre um tipo de cancro que aparece em qualquer glândula do corpo, o adenocarcinoma, mas que representa metade dos cancros do pulmão, sendo comummente diagnosticado em pessoas que não fumam.
Este cancro é muito agressivo e resistente a tratamentos convencionais, como quimioterapia e radioterapia, e tem um mau prognóstico, pelo que novas terapêuticas são necessárias.
A equipa de cientistas usou modelos pré-clínicos para mostrar pela primeira vez que os adenocarcinomas do pulmão têm 'marcadores' que respondem também a imunoterapias que estão a ser utilizadas no tratamento de outros cancros.
Segundo a investigação, as imunoterapias em causa (anti-PD-1 e anti-CTLA-4) foram eficazes a combater os tumores e a regredir este tipo de cancro do pulmão.
Uma das coautoras do estudo, Kate Sutherland, especialista em cancro no Instituto Walter e Eliza Hall, sustentou, citada num comunicado da instituição, que "as assinaturas moleculares únicas encontradas no sangue poderiam ser uma ferramenta para identificar doentes que poderiam responder a imunoterapias ou mesmo a um teste de deteção precoce destes cancros".
O estudo focou-se no papel de duas vias de sinalização celular - KEAP1/NRF2 e PI3K - que estão envolvidas no adenocarcinoma do pulmão humano e concluiu que a sinalização interminável causada por mutações nestas vias levou ao desenvolvimento deste cancro.
Num próximo passo, a equipa de cientistas vai testar as conclusões em humanos a partir da análise de amostras de tumores de doentes com adenocarcinoma do pulmão.
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