Em reunião do Conselho Intermunicipal realizada no dia 11 de novembro, a CIM transmontana deliberou, por unanimidade, manifestar o seu total desagrado pela facto da sua proposta de construção de uma ligação rodoviária entre as Terras de Trás-os-Montes e a Galiza não ter merecido a devida atenção por parte do Governo e vem reivindicar a inclusão desta ligação no Plano Nacional de Investimentos (PNI) 2030.
Em declarações prestadas à agência Lusa, o presidente da CIM, Artur Nunes, disse que a ligação viária transfronteiriça tem sido muitas vezes reivindicada quando a entidade intervém a nível nacional nos mais diferentes organismos nacionais.
"Esta ligação rodoviária projetada com perfil de Itinerário Principal gostaríamos que fosse uma realidade, já que é uma via que vai aproximar dois territórios de fronteira para dar um novo impulso económica ao Nordeste Transmontano e à Galiza", vincou o responsável.
Para a Artur Nunes, todas as ligações transfronteiriças são importantes e esta não foge à regra, já que vai resolver diversas lacunas de acessibilidades a Espanha.
"Esta ligação poderá dar a Macedo de Cavaleiros uma nova dinâmica empresarial. Já ao concelho de Vinhais, a rodovia vai criar uma nova abertura para a ligação à Autoestrada Transmontana e inclusão deste território numa maior proximidade com traçado de alta velocidade ferroviária espanhola que passa junto à fronteira", argumentou o autarca.
O presidente da CIM transmontana alterou ainda que a mobilidade transfronteiriça "é uma questão de acautelar o futuro em termos sociais, económicos e culturais".
De acordo com o Conselho Intermunicipal da CIM, que é composto por nove municípios do distrito de Bragança, o PNI 2030 foi apresentado como "o instrumento de planeamento do próximo ciclo de investimentos estratégicos e estruturantes de âmbito nacional para fazer face às necessidades e desafios da próxima década e décadas vindouras."
A Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes apresentou, no âmbito da Consulta Pública do PNI 2030, os investimentos estratégicos e estruturantes para o desenvolvimento deste território, designadamente a construção de uma ligação rodoviária transfronteiriça, com perfil de Itinerário Principal (IP), entre Macedo-Vinhais-Gudiña.
Esta ligação foi, na altura, definida pela CIM como um investimento estratégico para o estreitamento das relações económicas entre Portugal/Espanha (Galiza) e, consequentemente, com o resto da Europa.
"A construção de uma ligação rodoviária será tão ou mais importante que a ferrovia e virá colmatar a inexistência de uma infraestrutura rodoviária através do interior norte de Portugal à Galiza, permitindo também a ligação a uma plataforma logística considerada como a maior do noroeste peninsular", indicou Artur Nunes.
Segundo o Conselho Intermunicipal da CIM, esta ligação viária também é defendida e pretendida do lado Espanhol, "reunindo amplo consenso por parte dos responsáveis políticos da Galiza".
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