Um protocolo de cooperação, assinado entre departamentos dos ministérios da Cultura e da Justiça e associações do setor, permite levar 70 obras cinematográficas e audiovisuais a reclusos e a jovens em cumprimento de penas e medidas tutelares de internamento, de acordo com a informação hoje divulgada.
Trata-se de uma iniciativa conjunta da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), da Associação para a Gestão Coletiva de Direitos de Autor e de Produtores Cinematográficos e Audiovisuais (GEDIPE) e da Associação Portuguesa de Defesa das Obras Audiovisuais (FEVIP).
“Atentas à conjuntura nacional e internacional resultante da declarada pandemia covid-19”, estas entidades “assinaram um protocolo de cooperação para a distribuição de cerca de 70 obras cinematográficas e audiovisuais, que começaram ontem [segunda-feira] a ser entregues a 22 Estabelecimentos Prisionais e seis Centros Educativos do país”, afirma o comunicado do Ministério da Cultura.
No âmbito deste protocolo, será disponibilizado um catálogo de obras cinematográficas e audiovisuais para serem livremente exibidas nas prisões e centros educativos sob a alçada da DGRSP.
Entre os filmes disponíveis, contam-se títulos como “Malapata”, filme português de Diogo Morgado, “Eusébio – História de uma Lenda”, filme documental sobre o lendário jogador de futebol, “O Caso Spotlight”, história de uma investigação jornalística sobre casos de abusos sexuais e pedofilia na igreja, “La La Land – Melodia de Amor”, o musical de comédia dramática vencedor de vários Óscares em 2017, e “Blade Runner 2049”, filme de ficção científica que dá sequência ao famoso “Blade Runner”, de 1982.
Paralelamente a esta iniciativa, será criado um vídeo para levar a cabo uma campanha de sensibilização para a prevenção da pirataria audiovisual, respeito pelos direitos de autor e conexos, assim como pelas indústrias de criação cultural, a ser promovido pelos signatários do protocolo.
“A cooperação entre estas entidades procura, no âmbito de uma política que pretende assegurar aos cidadãos privados de liberdade o cumprimento das penas e medidas dentro dos parâmetros de dignidade, contribuir para criar condições que, de alguma forma, amenizem este período de limitações sociais e sanitárias acrescidas, e os aproximem da oferta cultural existente no meio social livre”, explica a tutela em comunicado.
Para o secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, “esta iniciativa reforça a importância do cinema enquanto forma de arte que alimenta a imaginação e nos permite viajar para outros mundos”.
“O cinema tem um papel agregador e inclusivo, que pode reforçar e criar laços, e contribuir para a formação de jovens e adultos”, acrescenta.
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