De todos os tamanhos, géneros e cores, cada par de sapatos, sapatilhas, sandálias ou botas representava uma pessoa e tinha, no seu interior, uma flor e uma mensagem que, embora escrita ou ilustrada de maneira diferente, lembrava o mesmo: “não há planeta B”.

Rodeada de mensagens onde se lia “o planeta precisa de ajuda”, “se o planeta fosse um banco já o tinham resgatado” ou “não podemos ficar parados”, Ana Luísa Duarte disse à agência Lusa que a pandemia da covid-19 provocou um “clique” nas pessoas para as questões ambientais, mas ainda insuficiente para as necessidades existentes.

Considerando ser urgente uma maior ação e mobilização pelo clima quer por parte do Governo, da comunidade e em termos individuais, Ana Luísa Duarte considerou que é “preciso mais consciencialização” para o problema que é “muito grave”.

“Todos temos de mudar os nossos comportamentos, é imperativo”, vincou.

Enquanto se ouvia música de fundo sob as palavras “a nossa luta é pela água, floresta e energia”, Gabriela Gomes, de 15 anos, referiu que o mundo está num “caminho muito acelerado para o colapso ambiental”.

Apesar de criticar a “inação governamental” nesta matéria, a jovem lembrava, contudo, que o comportamento individual é o que vai salvar o planeta, pedindo “mais ação e sensibilização”.

Da sua parte já está a contribuir “um pouco” para o futuro de todos ao andar de transportes públicos, não comer carne ou poupar água e luz em casa nas suas tarefas diárias, contou.

Apesar da máscara e do distanciamento social, comportamento que pautou esta concentração, Miguel Silveira ia fazendo ouvir-se pelo megafone que empunhava.

“Temos um longo caminho a percorrer, temos o futuro em risco por causa de comportamentos passados negligentes”, afirmou.

O jovem de 14 anos, que tem uma dieta vegetariana e vai a pé para a escola, assumiu que vai conseguindo mudar alguns comportamentos em casa, mas “muito devagarinho”.

Apesar de dizer que pais, avós e tios ainda têm dificuldades em mudar certos hábitos, Miguel Silveira acredita que, cada vez mais, estes vão ganhando consciência para a “dimensão do problema”.

Criadas inicialmente pela jovem ativista sueca Greta Thunberg, que iniciou sozinha uma greve às aulas às sextas-feiras exigindo medidas para combater as alterações climáticas, este tipo de ações, as chamadas greves climáticas estudantis, acontecem no mundo inteiro e também em Portugal.

Na base da ação de hoje está o mesmo apelo do movimento “Friday´s for Future”, também criado por Greta Thunberg, que em Portugal teve eco no movimento Salvar o Clima, uma plataforma que junta várias organizações que organizam as ações.

E na base está também a mesma mensagem, que se pode resumir na exigência de que seja “a vida o centro da economia”.

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