O protesto visa “a continuação da luta pela eliminação de portagens”, quando se assinala “mais um fatídico aniversário da introdução de portagens” na autoestrada que liga a localidade fronteiriça de Castro Marim e a zona de Bensafrim, em Lagos, ao longo de cerca de 130 quilómetros, em 08 de dezembro de 2011, adiantou a Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI), num comunicado.
A estrutura que representa os utilizadores da A22 quer também posicionar-se “pela requalificação total e definitiva da Estrada Nacional 125 [EN125]”, a única via alternativa à A22, mas que apresenta níveis de sinistralidade rodoviária elevados.
O protesto foi marcado para a “Luz de Tavira (junto ao Largo da República e da EN125), uma das localidades onde foi anulada, pelo governo PSD/CDS, a variante à EN125″, às 11:00, e será seguido, pelas 13:00, de um almoço na localidade do concelho de Tavira, distrito de Faro, acrescentou a CUVI.
“No próximo dia 08 de dezembro passam oito anos sobre a introdução de portagens na Via do Infante pelo governo PSD/CDS, com o apoio do PS. Será mais um aniversário de uma das políticas muito erradas e nefastas que se abateu sobre o Algarve e cujas consequências estão à vista de todos. Consequências a nível financeiro, económico, social e territorial para o Estado, empresas, utentes e populações”, argumentou a Comissão.
A mesma fonte criticou a introdução de portagens na antiga SCUT do Algarve e considerou que a medida acarretou consequências “negativas e dramáticas” para a região, como um “elevado nível de sinistralidade rodoviária” e “muitas vítimas, em particular na EN125″, que a CUVI qualifica como “uma das vias mais perigosas e mortíferas do país”.
“Segundo os números divulgados pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, desde 01 de janeiro até 30 de novembro, o Algarve já contabiliza 9.921 acidentes de viação, com 31 vítimas mortais e 206 feridos graves! São mais 23 acidentes e mais 19 feridos graves do que no mesmo período do ano passado”, lamentou.
A CUVI criticou também o primeiro-ministro, António Costa, por ter prometido acabar com as portagens e nada ter feito e os governos do PS por se “comportarem da mesma maneira que o governo do PSD/CDS”.
Acusou também os deputados que representam esses partidos de terem votado contra e “chumbado, consecutivamente, todos as propostas apresentadas na Assembleia da República, em anteriores legislaturas, por outras forças políticas, para a abolição das portagens na Via do Infante”.
“É sabido que, em termos económicos, as portagens também prejudicam as empresas e utentes. E a nível financeiro são muitos os milhões de euros que o Estado passa, anualmente, para a concessionária privada (mesmo com a cobrança das taxas de portagem). Trata-se de uma Parceria Público-Privada muito ruinosa e obscura e que nenhum governo teve coragem de afrontar. Os governos têm sido completamente capturados pelos interesses privados”, considerou ainda a Comissão de Utentes.
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