- A taxa de incidência "está a aproximar-se de valores mais controláveis, ainda assim bastante preocupantes", afirmou Marta Temido, ministra da Saúde, situando-se nos 529,3 novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.
Marta Temido destacou uma especial preocupação com alguns concelhos do país, nomeadamente na área da Administração Regional de Saúde do Norte que tem uma taxa de incidência de 802 novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.
A região Norte é a que regista hoje o maior número de novas infeções por SARS-CoV-2 (2.395), totalizando 178.378 casos e 2.578 mortes desde março. Para dar ideia das assimetrias regionais, a ministra referiu o caso do Algarve, em oposição ao verificado no Norte, que tem 202 novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.
- Marta Temido referiu que o Rt "se situa agora em 0,97, ligeiramente abaixo de 1, um valor que precisamos de descer e, sobretudo, de manter de forma sustentada".
A ministra disse ainda que os novos cálculos apontam que o pico da pandemia na primeira fase foi no dia 23 de março, enquanto nesta segunda fase estima-se que possa ter sido na semana de 20 de novembro, estando o país a assistir agora a uma dilação conhecida entre o número máximo de infeções, o número máximo de utilização da capacidade hospitalar e o número máximo de óbitos que hoje é muito elevado.
- Quanto às sequelas da covid-19, Marta Temido frisou que "são ainda um tema em avaliação e estudo", que não atingem apenas os mais velhos.
- Sobre a quadra festiva que se avizinha, a ministra lembrou que são necessários cuidados. "Até que tenhamos as vacinas e mesmo depois, precisamos de continuar a responder com o sistema de saúde, em termos de cumprimentos das indicações das autoridades de saúde e do cuidado de todos", cumprindo as regras básicas.
- Marta Temido lembrou que "alívio de medidas não é relaxamento", referindo-se em concreto às datas festivas que se aproximam. "Temos de ter uma grande contenção", frisou. A ministra da Saúde alertou ainda para a necessidade do cumprimento das regras alertando que “o vírus é invisível, mas está lá”.
- Marta Temido lembrou que ainda não existem números exatos sobre as doses de vacinas que vão chegar em janeiro, mas que se vai verificar uma situação de "alguma escassez de vacinas". "Temos de ser pacientes e temos, sobretudo, de pensar que existem passos que não podemos subestimar ou desvalorizar", alertou, de forma a garantir que as vacinas serão "seguras, eficazes e de qualidade".
Segundo a ministra, esse desafio da disponibilidade de doses de vacina vem sendo sublinhado “há muito tempo” pela Comissão Europeia.
- "Se tudo correr bem, existirá um momento em que teremos uma muito maior quantidade de doses de vacinas e aí o desafio será o da celeridade de administração", acentuou.
- Sobre os centros de saúde, estes serão utilizados na primeira fase da vacinação. "Sabemos que, se tudo correr como planeado, teremos uma maior quantidade de vacinas [a chegar progressivamente], com uma vacinação mais massiva e em mais pontos de vacinação", até comunitários, referiu a ministra.
“Não nos interessa apenas ser os primeiros a ter a vacina interessa-nos ter vacinas de qualidade, seguras e efetivas”, sublinhou Marta Temido.
Sobre as reações adversas da vacina, Marta Temido disse que têm acompanhado o tema “com muita prudência”. “Evidentemente que sabemos que são aspetos que poderão verificar-se e é importante que sejam tratados com transparência e sejam acompanhados clinicamente no sentido de prevenir repetições e Portugal está a fazê-lo também”, assegurou.
- Quanto às eleições presidenciais, Marta Temido referiu que estão a ser discutidos procedimentos num grupo de trabalho. Desta forma, está em curso o trabalho para permitir que quem está em confinamento obrigatório possa votar em janeiro de 2021.
- No que diz respeito ao aumento da mortalidade, segundo números do INE, a ministra da saúde lembrou que só no final do ano é que pode ser feita uma análise mais detalhada. "Sabemos que há quatro períodos em que o comportamento da mortalidade observada é superior ao comportamento da mortalidade esperada", estando agora o país a passar por um desses momentos.
- A ministra da saúde lembrou que o país "continua a realizar muitos testes", tendo neste momento 128 entidades na rede de laboratórios para testes de covid-19, entre testes convencionais e testes rápidos.
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