Na segunda vez que se dirigiu ao 29.º Congresso nacional, que arrancou hoje em Guimarães e termina no domingo, o eurodeputado falou na “angústia” que os democratas-cristãos sentiram quando foi retirada das paredes da Assembleia da República a placa com a indicação “grupo parlamentar do CDS-PP”, bem como no arranque da nova legislatura sem deputados do CDS-PP.
"Mas é por isso que eu digo, não é tempo de deprimir, é tempo de reagir", defendeu o candidato, mostrando-se convicto de que o CDS vai "voltar mais forte" porque "não morreu em janeiro de 2022, muito pelo contrário", e não desiste "quando as dificuldades são maiores".
E apelou aos congressistas que "acreditem, lutem, votem, não desistam".
"Voltaremos ao que éramos e melhor, num caminho que é penoso e difícil mas que superaremos. De cada uma das pedras no caminho faremos o nosso castelo, e esse castelo será forte e preparado para tudo no futuro", atirou Nuno Melo, considerando que "há hoje todo um espaço político entre o PSD e o Chega que tem de voltar ao parlamento português".
Se for eleito presidente do CDS-PP, o candidato propõe “sarar as feridas, com pontes que estão aí para quem as queira atravessar”, justificando que “o que interessa” é “mostrar que o adversário está lá fora”.
Na sua intervenção, Nuno Melo voltou a defender uma revisão dos estatutos do partido que “valorize os principais ativos” do partido e quer que os seis presidentes de Câmara do partido tenham inerência na Comissão Política Nacional, e um deles na Comissão Política Executiva.
Além disso, propõe que os presidentes do CDS/Madeira e do CDS/Açores tenham estatuto de vice-presidente.
A nível nacional, Nuno Melo defendeu uma baixa de impostos que permita melhorar salários e recusou "tratar as pessoas como números".
O 29.º Congresso do CDS-PP arrancou hoje em Guimarães, no distrito de Braga, e termina no domingo, com a eleição dos novos órgãos nacionais, encerrando com o discurso de consagração do novo líder eleito.
São quatro os candidatos assumidos na corrida à liderança: Nuno Melo (eurodeputado e líder da distrital de Braga), Miguel Mattos Chaves, Nuno Correia da Silva (ambos vogais da Comissão Política Nacional) e o militante e ex-dirigente concelhio Bruno Filipe Costa.
O 29.º Congresso nacional do CDS-PP acontece dois meses depois das eleições legislativas de 30 de janeiro, nas quais o CDS-PP teve o pior resultado de sempre (1,6%) e perdeu pela primeira vez a representação na Assembleia da República.
O atual líder, Francisco Rodrigues dos Santos, que tinha sido eleito em janeiro de 2020, demitiu-se depois de conhecidos os resultados.
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