De acordo com várias fontes sociais-democratas, o deputado e ex-secretário de Estado adjunto Feliciano Barreiras Duarte será o próximo secretário-geral do PSD e Paulo Mota Pinto assumirá a presidência da mesa do Congresso.
As listas aos órgãos nacionais do PSD têm de ser entregues até às 19:00 de hoje, segundo dia do Congresso Nacional do PSD, que decorre no Centro de Congressos de Lisboa.
A partir das 10:00, os congressistas continuarão a apresentar as dez propostas temáticas que faltam e, em seguida, as quatro propostas de alterações estatutárias.
Apesar de estar prevista na ordem de trabalhos a discussão e votação das alterações aos estatutos, houve um acordo entre os proponentes e a Mesa do Congresso proporá que o tema seja debatido em Conselho Nacional num período de 90 dias.
Segue-se o período de debate político, onde são esperadas intervenções de Pedro Santana Lopes, Luís Montenegro, Hugo Soares, Paulo Rangel, Carlos Moedas e Miguel Pinto Luz, entre outros.
Na sexta-feira à noite, no arranque dos trabalhos, no seu primeiro discurso, o presidente eleito do PSD, Rui Rio, afirmou que o objetivo do partido é “sempre ganhar” e rejeitou qualquer hipótese de Bloco Central.
Na parte mais aplaudida da intervenção, Rio afirmou que os que falam de um Bloco Central "perdem tempo com o sexo dos anjos": "Perdem tempo com o que não existe nem existirá", assegurou.
"Uma coisa é estarmos disponíveis para dialogar democraticamente com os outros e cooperarmos na busca de soluções para os graves problemas nacionais, que, de outra forma, não é possível resolver. Coisa diferente é estarmos disponíveis para nos subordinarmos aos interesses dos outros", acusou.
No seu discurso inaugural no 37.º Congresso do PSD, Rui Rio afirmou a vontade de vencer as três eleições de 2019, “sejam elas regionais, para o Parlamento Europeu ou para a Assembleia da República”.
“O PSD apresentar-se-á aos portugueses como uma alternativa forte e credível a esta governação presa à extrema-esquerda”, assegurou.
Antes, o presidente cessante do PSD, Passos Coelho, fez o seu último discurso, no qual defendeu que "não é fácil bater a geringonça, mas é preciso bater a geringonça" e em que elogiou o contributo do CDS-PP, que pode voltar a ser "importante no futuro".
Na intervenção de despedida, em que teceu duras críticas à solução de Governo do PS, apoiado por BE, PCP e PEV, condenando até a "vulgaridade" manifestada nos debates quinzenais no parlamento, Pedro Passos Coelho fez também um balanço da governação PSD/CDS-PP, com uma chamada de atenção particular ao antigo parceiro de executivo e coligação.
"Esta menção ao CDS é hoje muito relevante, porque o que conseguimos fazer não fizemos sozinhos, fizemos com o CDS, isso é importante e será importante para o futuro", declarou, num momento em recolheu palmas dos congressistas.
Após os dois discursos, seguiu-se a apresentação das propostas temáticas, 21 no total. Na fase final da discussão, a sala onde decorre o congresso já tinha muitos participantes de pé e que conversavam enquanto eram apresentadas as propostas pelos primeiros subscritores.
O primeiro dia de trabalhos terminou com a notícia de que o acordo firmado entre Rui Rio e o candidato derrotado nas diretas para uma lista única ao Conselho Nacional, encabeçada por Pedro Santana Lopes, estava em perigo, mas ambos os protagonistas desdramatizaram, considerando que a unidade do partido está garantida.
Horas mais tarde, em declarações à Lusa, o antigo diretor de campanha de Rio, Salvador Malheiro, anunciou que as duas candidaturas chegaram a acordo para listas de unidade aos órgãos nacionais (à exceção da Comissão Política Nacional, o órgão diretivo do novo presidente). O entendimento respeitará o resultado eleitoral das diretas, em que Santana conseguiu quase 46%, e a lista ao Conselho Nacional será encabeçada, tal como previsto, pelo antigo primeiro-ministro.
Hoje, o segundo dia da reunião magna do PSD terminará com a votação das propostas levadas ao Congresso, incluindo a moção de estratégia global de Rui Rio.
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