O historiador Marco Daniel Duarte recordou que “já há muito tempo que em Portugal não se faz um congresso especificamente dedicado à temática mariana” e que este tem um programa alicerçado “em vários eixos temáticos, desde as questões históricas, que são normalmente bastante conhecidas, mas a partir de nova documentação os historiadores vão trazer novas notícias sobre o culto mariano em Portugal”.
“Mas também a partir dos diferentes eixos, como o eixo bíblico, fundamental para perceber este culto, o eixo ligado aos sermões e à parenética, a construção de uma identidade mariana ligada ao nosso país – dizemos que o país é a Terra de Santa Maria, uma designação que já vem da Idade Média – e depois, ao nível das representações artísticas, das representações institucionais muitas ruas do nosso país são dedicadas a Nossa Senhora”, sublinhou o também diretor do Departamento de Estudos do Santuário de Fátima.
Por outro lado, é objetivo “trazer também a temática para aquilo que são as preocupações atuais dos santuários, onde não é alheia a preocupação com o acolher daqueles que são crentes, mas também daqueles que não são crentes e que visitam os santuários com intenções meramente turísticas”.
O congresso abre e fecha com duas figuras tutelares do Vaticano: Stefano Cecchin, presidente da Pontifícia Academia Mariológica Internacional, estará na abertura, e Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização, no encerramento. Durante os trabalhos está prevista, também, a participação do bispo português Carlos Azevedo, do Conselho Pontifício para a Cultura (Vaticano).
“A alma mariana do povo português”, “Desafios contemporâneos aos santuários marianos: devoção, peregrinação e turismo”, “As coroas solenes das imagens da Virgem Maria: Vila Viçosa, Sameiro e Fátima” e “A Padroeira de Portugal: temas e problemas de investigação” são alguns dos temas em debate nos três dias de congresso em Fátima, no Centro Pastoral Paulo VI, entre 24 e 26 de março. No dia 27, os trabalhos decorrerão em Vila Viçosa.
* Por João Luís Gomes (texto) e Paulo Cunha (foto), da Agência Lusa
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